Atrasos e trânsito de carros alegóricos marcam primeira noite de desfiles em SP

Após carro da Dragões da Real enroscar em fio, Mancha Verde teve que esperar mais de uma hora para entrar na avenida

Foto: Paulo Lopes/BW Press/Agência O Globo
Carnaval de São Paulo teve homenagens, problemas técnicos e novidades na avenida

A primeira noite de desfiles em São Paulo, que esteve ameaçada pela chuva, acabou tendo outros problemas no Anhembi, apesar de o público ter mantido a animação durante quase toda a madrugada. O trânsito, presente no dia a dia do paulistano, chegou também ao sambódromo neste ano.

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Em situação nunca antes vista, o  Anhembi  teve congestionamento de carros alegóricos na área de dispersão após carro da Dragões da Real enroscar em fio, atrasar a entrada da Mancha Verde e gerar a série de atrasos.

O Anhembi ficou parcialmente sem luz nas arquibancadas e também nos camarotes. O relógio oficial, que marca o tempo dos desfiles, ficou travado, o que exigiu que membros da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo ( LIESP ) usassem cronômetros manuais.

Por outro lado, novidades tecnológicas, alegria do público e homenagens, como as feitas à cidade de Atibaia, à ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e ao Líbano marcaram a primeira noite.

O desfile começou com a Barroca Zona Sul , que celebrou seu retorno ao Grupo Especial e contou a saga de Tereza de Benguela, guerreira africana que criou o quilombo do Quariterê, no Mato Grosso do século 18, mas contou com problemas sérios de evolução.

Na sequência, a Tom Maior fez um dos desfiles que mais chamou a atenção, celebrando o povo negro e homenageando a vereadora assassinada em 2018 Marielle Franco (PSOL-RJ). O enredo "É coisa de preto" ecoou no Anhembi, fez sucesso nas redes e ajudou a construir um bom desfile da tradicional escola que decepcionou em 2019.

A Dragões da Real , que vem crescendo e se aproximando do primeiro título de sua história, surgiu novamente como favorita ao título, apesar do carro que enroscou em fio e acabou atrasando a entrada do desfile seguinte, da atual campeã Mancha Verde. O "A revolução do riso - A arte de subverter o mundo pelo divino poder da alegria", do carnavalesco Mauro Quintaes, agitou o sambódromo em plena madrugada.

Mancha Verde , atual campeã do carnaval de São Paulo, percorreu a avenida com expectativa ainda maior após mais de uma hora de paralisação após carro da Dragões enroscar em fio e atrasar a entrada, e deu conta do recado. Com visual luxuoso, a escola contou o enredo "Pai! Perdoai, eles não sabem o que fazem", do multicampeão Jorge Freitas, e fez sucesso na avenida.

A Acadêmicos do Tatuapé homenageou a cidade de Atibaia e teve seu ponto alto com a bateria e a participação do cantor Celsinho Mody, que ajudaram a superar a pouca empolgação gerada pelo canto das alas e o visual desigual.

Por conta do atraso, a Império de Casa Verde desfilou quando o dia já clareava em São Paulo, já sem sambódromo cheio. Ainda assim, o brilho e efeitos especiais da escola animaram os presentes, mesmo sob chuva, e fazem a escola poder sonhar com o título. As fantasias também chamaram a atenção.

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Por fim, também de dia, a X-9 Paulistana  se apresentou e contou com a chuva começando a cessar para finalizar bem o primeiro dia de quem foi ao Anhembi e conseguiu superar os desafios impostos pela chuva e o atraso e seguir até o final. A evolução não foi das melhores e a escola precisou correr para cumprir o tempo máximo. A bateria, somada ao samba-enredo forte, foi o ponto positivo.