Prêmio Bibi Ferreira é marcado por protestos da classe artística
A premiação aconteceu na noite de terça (24) e avaliou os espetáculos musicais e de prosa; "Elza" e "O Fantasma da Ópera" tiveram destaque
Por William Amorim | , iG São Paulo |
O Prêmio Bibi Ferreira chegou com esforço a sua 7ª edição e a cada ano que passa a premiação vem crescendo e reforçando a relevância das produções teatrais no Brasil. A novidade é que nesta edição não foram julgados apenas os espetáculos musicais, o teatro de prosa também foi avaliado. A premiação, que aconteceu na noite de terça-feira (24), foi marcada por homenagens e artistas pedindo respeito ao seu trabalho.
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A cerimônia do Prêmio Bibi Ferreira começou com um discurso do idealizador do prêmio, Marllos Silva, enfatizando que o teatro promove a cultura e também movimenta a economia: “Somos vitoriosos de estar aqui”. Os Mestres de Cerimônia, Alessandra Maestrini e Miguel Falabella, conduziram a abertura da premiação que passou uma mensagem esperançosa de que não conseguirão acabar com o teatro.
Fábio Assunção foi o primeiro premiado da noite na categoria Melhor Ator Coadjuvante em Peça de Teatro por seu papel em “Dogville”. Já a Melhor Atriz Coadjuvante foi Tuna Dwek de “A Noite de 16 de Janeiro”. Nessa mesma categoria em musicais, os vencedores foram Pedro Arrais do nacional “As Gangaceiras” e Inah de Carvalho por seu papel em “Billy Elliot”.
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Este ano, a premiação estava lotada de crianças e a responsável por isso é a Atelier de Cultura, produtora das montagens de “Annie – O Musical” e “Billy Elliot”. “Esse ano que passou a gente já trabalhou com 73 crianças, é um número absurdo. Tivemos 17 indicações e prêmios como esse são importantes justamente para mostrar a força do teatro e quantidade de pessoas que estão sendo empregadas. Estamos mostrando também que somos unidos e queremos trabalhar”, afirmou o produtor Vinicius Munhoz ao iG .
Um dos principais destaques da noite foi o musical nacional “Elza”, que levou quatro prêmios, incluindo duas das principais categorias: Melhor Musical Nacional e Melhor Atriz em Musicais, consagrando Larissa Luz. “Estou feliz de estar sendo valorizada pelo que estou fazendo no teatro. Ser mulher, negra, ativista, atriz e estar representando essas mulheres na classe artística é uma forma de mostrar que existimos e que continuaremos, principalmente nesse momento em que a cultura está ameaçada. É gratificante”, falou a vencedora ao iG .
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Nas peças de teatro, o júri não conseguiu escolher apenas um ator e o prêmio foi dividido entre Luis Miranda e Mateus Solano, que contracenaram juntos em “O Mistério de Irma Vap”. O prêmio de Melhor Atriz ficou para Suely Franco, de “Quarta-feira, Sem Falta, Lá em Casa”. Na categoria Melhor Peça de Teatro a campeã foi “Baixa Terapia”.
A categoria mais esperada da noite era a de Melhor Musical e o “O Fantasma da Ópera” foi o grande campeão pelo voto popular e também pelo júri.
Durante a premiação, foram apresentados números musicais dos espetáculos que concorriam ao prêmio e tiveram dois momentos de homenagens: um aos artistas falecidos e outro a Bibi Ferreira , já que essa foi a primeira edição do prêmio após a morte dessa grande artista do teatro musical. Fernanda Montenegro não estava presente, mas foi lembrada em vários momentos e até aplaudida de pé.