Com coro de “fogo nos fascistas”, Coala Festival tem edição fortemente política

Maria Gadu, Djonga e Ney Matogrosso foram os grandes headliners do dia; segundo e último dia do festival contou com grande presença do público

Aos cantos e batuques Chico César e Maria Gadú foram os primeiros a serem ouvidos no palco do Coala Festival no último domingo (08), às 16h10.

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Chico César e Maia Gadú
Foto: Reprodução Instagram / @CoalaFestival
Chico César e Maia Gadú

Apesar de as canções não serem tão providas de agito, a apresentação dos artistas no Coala Festival foi marcada por muitos posicionamentos políticos, com direito a coro de “Bolsonaro vai tomar no c*” e “fogo nos facistas” em outro momento.

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Menos lotado que no sábado (07), dia de abertura do evento, o restante da tarde foi de grande expectativa para o público que aguardava os demais headliners, Djonga e Ney Matogrosso .

“Não conheço os caras que estão comandando a mesa de som, mas estou curtindo”, disse Carolina, professora de informática, de 27 anos, sobre a música ambiente pós-show de Maria Gadú . “Apenas esperando o Ney e o Djonga entrarem”, completou Thiago, estudante de moda, de 21 anos.

No fim da tarde, o espaço ficou mais lotado. Ao lado de DKVPZ, Kevin O Chris agitou o Memorial da América Latina, local onde o evento foi organizando, ao cantar grandes hits como Evoluiu e Ela é do Tipo .

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Logo em seguida foi a vez de Djonga brilhar no palco do Coala. Como seus sucessores, cheio de mensagens políticas, ele esquentou o público para a grande atração da noite, Ney.

Foto: Reprodução Instagram / @CoalaFestival
Djonga no palco do Coala Festival

Ao conversar com a reportagem do iG Gente , o rapper falou sobre cantar no Coala sendo um artista da cena musical de Belo Horizonte: “Normal, nós trabalhamos para sempre estar nos maiores e melhores lugares, para assim poder passar nossa mensagem”.

Ao falar sobre apresentar-se em um evento elitista, Djonga, que é originário da periferia, ressalta que estar em um espaço com pessoas abastadas é uma oportunidade.

“Venho de uma cena muito rica, que é o funk e o hip hop, eu canto para todos, para pobres, pretos, brancos, travestis, estar aqui cantando para elite é mais importante ainda, porque é preciso reforçar a mensagem... sei que não posso mudar a opinião deles, mas posso fazer com que saiam daqui, cheguem em suas casas e reflitam”.

Após a tímida apresentação de Discopédia, Ney Matogrosso surgiu no palco. Dançante e com um figurino provido de muito brilho, ele levou romantismo ao evento, terminando mais uma edição do festival com tom de emoção. Alguns presentes choraram durante a canção Sangue Latino , que foi executada no final da performance.

Foto: Reprodução Instagram / @CoalaFestival
Ney Matogrosso no palco do Coala Festival

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No quesito organização o Coala Festival não decepcionou. Apesar dos preços altos, havia muito para se entreter além do palco. Basquete, gincanas e cenários para fotografias estavam espalhados por todo o perímetro do evento. Mesmo não tendo nenhuma ligação com o futebol, foi, literalmente, um gol de placa.