Foi disponibilizada nesta quarta-feira (05) a quinta temporada de "Black Mirror" na Netflix. Criada por Charlie Brooker, a produção antológica retornou com três episódios que, como sempre, dividiram opiniões e interpretações entre os internautas.
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Com Andrew Scott e Miley Cyrus à frente de duas estórias, provavelmente com intuito de atrair novos públicos, " Black Mirror " completa um novo ciclo sentindo o amargo gosto do fracasso - sensação esta pouco apresentada durante a fase inglesa da série cult.
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Atualmente sob direção americana, a atração abusou dos finais felizes, perdurou o suspense quando não houve necessidade, se escorou na sonoplastia para criar grandes momentos e - provavelmente o pior de tudo - enterrou um dos fatores mais prestigiados pelos fãs: o fator mindblowing, ou seja, quando o episódio chega a um desfecho que não era previsto.
O roteiro, a paleta de cores e a edição, de fato, estão bem costuradas, mas não há muitos atrativos além disso. As imagens geradas por computador e as grandes tecnologias ficaram um tanto de lado nesta temporada, o que no passado era algo mais do que presente.
O primeiro episódio, que a título de curiosidade é ambientado em solo brasileiro, é o melhor da safra. Contendo boa narrativa, efeitos na medida certa e o cobiçado mindblowing, o espisódio termina deixando a sensação de quero mais, sensação esta que sempre foi primal para a série.
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Para desgosto do público, os outros dois episódios de " Black Mirror ", com participação de Andrew Scott e Miley Cyrus , se mostraram os piores do novo ciclo na Netflix . Bem produzidos, eles podem até abordar o lado macabro da tecnologia com a humanidade - que é o foco da produção - mas não cativam e com o passar dos minutos perdem o punch, o que automaticamente os deixa tediosos.