O faturamento real do mercado editorial brasileiro encolheu 25% entre 2006 e 2018. Os dados são da pesquisa "Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro", realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), encomendada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livro (SNEL) e divulgada nesta terça-feira (28). 

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Mercado editorial brasileiro encolheu 25% entre 2006 e 2018
Reprodução/Instagram/Nádia Tamanaha
Mercado editorial brasileiro encolheu 25% entre 2006 e 2018


Em 2006, o mercado editorial faturou R$ 6,8 bilhões, em valores corrigigos pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) . O governo foi responsável por 21% das compras de livro naquele ano. Em 2018, o faturamento caiu para R$ 5,2 bilhões e participação das compras governamentais chegou a 28%, embora os programas estatais de aquisição de livros tenham diminuído ao longo dos anos. A redução das vendas ao mercado foi o que mais sangrou o negócio dos livros nos últimos 13 anos.

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Segundo a pesquisa, o melhor ano para o mercado editorial foi 2011, quando o faturamento foi de R$ 7,2 bilhões e foram vendido quase 284 milhões de livros. Em 2006, foram 193 milhões de unidades. O crescimento das vendas foi significativo até 2011. A partir daí, começou a cair. Em 2018, foram 202 milhões de livros vendidos.

A pesquisa também aferiu que o preço médio dos livros (corrigida a inflação) caiu 34% no período, o que explica a redução expressiva no faturamento.

O subsetor de Obras Gerais, que inclui ficção e não ficção, foi o que mais sofreu: queda de 48% no faturamento entre 2006 e 2018. Livros técnicos, científicos e profissionais registraram uma redução de 36% que se acentuou nos últimos anos. Só entre 2014 e 2018, auge da recessão econômica, o faturamento do subsetor diminui 46%.

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O subsetor de livros didáticos, o mais dependente de compras governamentais, encolheu 8% desde 2006. O mercado de livro religiosos, que tem se mostrado resiliente diante da crise econômica e que não depende de compras governamentais, diminuiu 4% no período analisado pela pesquisa.

A prolongada crise econômica e o aumento do desemprego são apontados como os principais culpados pelo encolhimento do mercado editorial . No entanto, o setor reconhece que a carência de leitores e a dificuldades de formar público no Brasil contribuem para a fragilidade do mercado editorial diante das flutuações da economia. "A gente precisa investir na formação de leitores e promover um ciclo de investimentos que permita a volta do emprego e do otimismo", diz Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL. "Em momentos de desenvolvimento econômico e otimismo, as pessoas leem mais porque querem crescer".

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