Uma carreira de sucesso na música é o sonho de muita gente, mas acontecer de fato não é tão fácil assim. Independente do estilo musical, uma pitada de sorte e a visibilidade das pessoas certas podem fazer toda a diferença. “Estar no lugar certo na hora certa”, como aponta o DJ Welldeep.

DJ Welldeep
Reprodução/Instagram
DJ Welldeep

Mas, ainda assim, é preciso ter algo a mais, um diferencial. E é nisso que ele tem baseado sua carreira, que começou meio “sem querer” e já o levou para as pistas de Milão e Ibiza, além de cidades pelo Brasil. DJ Welldeep é daqueles que respira música, da hora que acorda até quando vai dormir.

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E foi essa paixão que o colocou atrás das picapes. “Eu não escolhi ser DJ”, conta. Ele era aquele que nas festas sempre sabia a música certa para o momento, e acabou virando o DJ informal dos eventos. “Quando parei para pensar já era D”, explica.

Sua primeira experiência profissional foi no Chakras, badalado restaurante dos Jardins, zona nobre de São Paulo. O empresário que comanda a casa, Miguel Reis, foi quem colocou Welldeep para tocar, lhe rendendo visibilidade e de quebra o nome. “Deep” é o estilo eletrônico que o DJ mais se identificava, e acabou se tornando seu nome, mesmo que hoje já não seja mais seu principal foco.

Ele conta que começou na profissão tocando house, Madonna e Whitney, mas o deep “batia mais forte no peito”. “Quando passei a ouvir deep, numa época que as pessoas nem conheciam, eu tentei rotular ‘esse é meu movimento’, mas depois percebi que isso não funciona”, conta.

Mesmo assim, ele nunca se limitou ao estilo e tem um leque de influências musicais, de rock a música clássica, passando por Michael Jackson, a quem ele aponta como principal ídolo: “ele era um artista completo”.

Em São Paulo, o Chakras abriu as portas para o Budha Bar, outro point dos ricos. A alta sociedade paulistana, inclusive, tem em Welldeep um dos principais nomes quando o assunto é festa. Mas ele não se limita a cidade e, em 2017, teve sua primeira experiência profissional fora do Brasil.

Na Itália, ele passou pelas principais casas noturnas de Milão, onde tocou para jogadores do Milan e celebridades como Arnold Schwarzenegger e Mike Tyson. A passagem pela Europa rendeu também uma visita ao paraíso dos DJs e da música eletrônica : Ibiza.

Na cidade para conhecer a cena, ele acabou entrando em contato com o dono de uma casa noturna e mostrou um remix próprio, que lhe deu entrada garantida na casa. “No mesmo dia que eu mostrei ele falou que já estava inserido”, conta cheio de orgulho.

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DJ Welldeep

Welldeep sabe que seu caminho não é para todos, e aproveita cada oportunidade como a única: “Eu sempre quis ter algo completo, inteiro para poder entregar. Não tento entregar algo pela metade. Eu faço muitas festas e mesmo assim me dá um friozinho na barriga”, confessa. E é esse “friozinho” que faz com que ele se dedique sem parar a sua música.

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Ele conta que nos últimos tempos, com a alta demanda (chega a tocar em até três eventos por dia) ele tem menos tempo para produzir suas próprias faixas. Ainda assim, seu apartamento serve também como estúdio. “Eu saio do quarto e estou dentro de um estúdio, tocando teclado, baixo, guitarra. Eu experimento a música, começo tocando uma nota, construo um groove e gravo”, explica sobre seu processo criativo.

Para ele, a música tem a função primária de tocar no coração das pessoas, e é esse o sentimento que ele tenta criar, seja nas próprias produções ou no set que faz na pista .  

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Sentindo a pista

O set, aliás, é onde ele se encontra de vez. O DJ conta que já tentou planejar o que ia tocar antes, mas preparar as músicas de antemão, para ele, é como “decorar para passar na prova”. Sendo assim, é na hora que ele decide o que vem a seguir. “Eu sempre penso no que a música me traz, o que ela traz para aquele momento. Eu percebo como está aquela galera, e a reação do público é o que me faz seguir, trilhar um caminho”.

Para ele, é justamente a percepção de cada público em cada pista que faz seu trabalho especial. “Eu entendo isso de uma forma tão espiritual”, comenta. “Cada pista é de um jeito, e seja tocando em um apartamento para 50 pessoas ou em uma festa para cinco mil, é o sentimento de que a música está de fato tendo um efeito nas pessoas que o faz seguir em frente”. 

Fama

DJ Welldeep
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DJ Welldeep

Do mesmo jeito que a música o “puxou” para a carreira, é ela que o leva para os lugares onde ele se apresenta, quase sempre para um público bastante seleto (e rico). Foi assim que ele se viu tocando para ninguém menos que Demi Moore, em um jantar que tinha ainda Gisele Bündchen como convidada.

Os famosos já são parte da rotina de trabalho de Well, que confessa ter dado sorte algumas vezes. Ainda assim, ele acredita que é o talento e a qualidade que garantirão sucesso com esse público ou qualquer outro: “Mesmo que você toque para uma celebridade, tem que ter qualidade e se não tiver pode durar um ano, mas depois não consegue mais”, garante.

“Para conseguir tocar para o público que eu toco hoje é bem difícil. Sem qualidade musical, um diferencial, uma personalidade, algo que te ligue àquela profissão, acho bem difícil conseguir”. Ele também relativiza a “fama” e diz que, embora conhecidos no Brasil, alguns DJs tidos como famosos aqui não são tão conhecidos lá fora.

Por isso seu objetivo principal é fazer um trabalho bem feito. “Eu sempre me preocupei com o trabalho artístico e não com a questão da fama. Prefiro sentir você vibrar com a minha musica do que ser o DJ ‘uau’”. E nisso ele conta com a autenticidade. Para ele, tentar copiar o que está fazendo sucesso não vai levar ninguém a lugar nenhum.

Ele cita o DJ Alok, principal nome da cena atualmente no Brasil, como exemplo. “Todo mundo quer seguir ele, ninguém quer fazer diferente. Mas pode ser que o que ele fez não sirva para outra pessoa”, acredita.

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“Sempre escolhi o caminho pela música e não pela moda. Quando estava todo mundo indo por um caminho eu estava fazendo o caminho inverso, o caminho da música que me agradava”. E é trilhando seu próprio caminho que DJ Welldeep segue tocando pelas festas Brasil afora, sempre inquieto, tentando garantir, por algumas horas, que a música tome conta de tudo.

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