Após três anos de obras, o projeto de restauração e reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, região central de São Paulo, entra na reta final dentro do cronograma planejado. O prazo para a entrega do edifício reconstruído, com melhorias nas instalações e nos protocolos de segurança, é dia 31 de outubro.

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Museu da Língua Portuguesa pode ser reaberto no segundo semestre de 2020
Divulgação
Museu da Língua Portuguesa pode ser reaberto no segundo semestre de 2020


Em visita às obras, Sérgio Sá Leitão, secretário de Cultura do estado de São Paulo, disse que a expectativa é reinaugurar o museu seis meses após o fim das obras. A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa foi uma iniciativa do governo estadual em parceria com a Fundação Roberto Marinho, e tem como patrocinador máster a companhia energética EDP, e como patrocinadores o Grupo Globo, Grupo Itaú, Sabesp e a Fundação Calouste Gulbekian. O governo federal participa por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

"Assumimos o compromisso de só abrir o  museu  quando estiver tudo em pleno funcionamento. Estamos programando a abertura para o primeiro semestre de 2020, e vamos anunciar a data precisa no início de outubro. Faremos em breve, também, uma chamada pública para selecionar a organização social (OS), que irá gerir o museu. O custo total do projeto, incluindo o valor do seguro, foi de R$ 80,9 milhões."

Atividades não param

Para Wilson Risolia, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, é importante observar que, mesmo com o museu fechado, as atividades em torno dele e do tema da língua portuguesa não pararam.

"Vários eventos foram feitos ao longo desse tempo, e isso é muito importante, porque conecta a comunidade com a instituição. Veja as crianças que estavam na Estação da Luz, agora, fazendo as atividades do Dia Internacional da Língua Portuguesa . Fisicamente, o prédio está fechado, mas a língua está viva. Esse é o legado mais importante e significativo que esse museu deixa", disse ele.

Sob o tema “Museu, escola e território”, a terceira edição do Dia daLíngua Portuguesa termina hoje. O último dia da programação do festival oferece uma peça de teatro, roda de contação de histórias, oficinas (de grafite, criação de mapas e línguas indígenas), show com o cantor Felipe Machado e apresentação de poesia falada, com o grupo Slam das Minas. 

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Na programação de hoje, também está previsto o evento “Somos Moçambique”, uma série de shows na Casa Natura Musical, em Pinheiros, na Zona Oeste. Entre os artistas convidados estão Tulipa Ruiz, Karol Conka, Jaloo e outros. Os recursos arrecadados serão encaminhados para o país africano, que atravessa uma grave crise humanitária após ser devastado por ciclones.

A celebração do Dia Internacional da Língua Portuguesa — comemorado nos países-membros da comunidade lusófona (CPLP) — é uma realização do Museu da Língua Portuguesa, da Fundação Roberto Marinho e do governo do estado de São Paulo, com apoio da EDP, Grupo Globo e Itaú Cultural.

Duas etapas concluídas

As instalações do Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz , em São Paulo, foram atingidas por um incêndio em dezembro de 2015. O processo de recuperação e reconstrução foi iniciado logo após o incidente. Até o momento, foram concluídas as primeiras duas etapas da obra, a restauração das fachadas e esquadrias, e a reconstrução dacobertura do edifício. 

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Atualmente, está sendo realizada a reconstrução dos espaços internos. Ao mesmo tempo em que passava por um processo de restauração e reconstrução, o museu promoveu atividades culturais e educativas para celebrar a língua, como as duas edições do festival do Dia Internacional da Língua Portuguesa, na Estação da Luz; na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip); nas bienais do livro do Rio de Janeiro e de São Paulo; e na Festa Literária das Periferias (Flup).

Veja a programação

Dia Internacional da Língua Portuguesa

  • Onde: Saguão da Estação da Luz – Praça da Luz, 1. 
  • Quando: 5, 6 e 7/5 
  • Quanto: Grátis

Terça-feira (7)

Instalação: “Máquina hipertexto”, com O (grupo) cinza 
Duas pessoas, sentadas uma de costas para outra, podem dialogar através de mensagens escritas em uma “máquina de conversa” e projetadas numa tela. Ao unir tecnologia, comunicação e corpo, a máquina permite que duas pessoas conversem, ao mesmo tempo, presencialmente e à distância.

  • 9h às 12h – Teatro: “O pequeno grande teatro”, com a Cia Mala Caixeta de Teatro Surpresa

Apresentação da trilogia “O pequeno grande teatro”, com três peças livremente inspiradas em obras literárias: "Os lusos", "A selva" e "O seco". As peças recriam microuniversos cada uma dentro de uma caixa.

  • 10h – Contação de histórias: “Contos das águas”Contos das águas

A Lune Cia. de Teatro apresenta quatro histórias sobre rios, mares, lagos e cachoeiras, inspiradas em mitos africanos, europeus e indígenas.

  • 11h – Oficina de grafite: “Dialeto das ruas”, com Marcelo Eco

Exploração do dialeto criado pelas letras e mensagens dos grafiteiros.

  • 11h – Oficina: “Cartografias Imaginadas”, com O Circulador

A proposta é a criar de mapas de territórios reais ou inventados a ser compartilhados com estudantes de outros países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).  

  • 14h – Oficina: “As línguas gerais indígenas tupi-guarani e o português brasileiro”, com Patricia Veiga

Discussão sobre influência das línguas indígenas de origem tupi-guarani no português brasileiro: seja nas palavras (Piracicaba, Jabaquara, mandioca, piriri), seja na fonética (uso oral do “i” e “u” ao invés do “e” e “o”).

  • 15h30 – Música: Felipe Machado

O cantor, de 16 anos, apresenta repertório que inclui bossa nova, samba, choro, forró e moda de viola, clássicos da MPB e composições próprias.

  • 17h – Slam das Minas: Entre a luz e o tempo – a convivência plural dapoesia falada

Projeção de vídeos-poemas de batalhas de poesia falada (spoken poetry), com a participação de poetas negras do Slam das Minas. 

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