Dois dos principais festivais internacionais de cinema no Brasil, o Festival do Rio e a Mostra de São Paulo, não tem seu futuro ameaçado pela Instrução Normativa que promove modificações na Lei Rouanet, a partir de agora chamada pelo seu título original, Lei de Incentivo à Cultura. 

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Festival de cinema do Rio em 2017
Divulgação
Festival de cinema do Rio em 2017

Tanto Renata de Almeida, diretora da Mostra, quanto Vilma Lustosa, que faz parte do conselho de diretores do Festival do Rio, concluíram, numa primeira leitura dos novos detalhes, que os eventos de cinema se encaixam na excepcionalidade da Lei Rouanet de projetos culturais que terão o limite de captação estendido para R$ 6 milhões.

Para Renata, as novas regras permitirão que a Mostra se realize. O que a diretora do evento pondera são as dificuldades impostas pelos prazos apertados para aprovação do projeto e o contato com potenciais patrocinadores. A previsão para a abertura das inscrições pelo Ministério da Cidadania é o início de maio, e o evento, que este ano chega à sua 43ª edição, se realizará de 17 a 30 de outubro: 

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"Não é um processo automático. Depois de aprovado o projeto, temos que correr atrás de convencer os patrocinadores a investirem. É mais uma insegurança de não saber exatamente quando o processo estará aberto e quanto tempo levarão para analisar os projetos", disse ela.

Renata diz ter garantidas verbas provenientes do Fundo Setorial do Audiovisual e da empresa cinematográfica municipal Spcine. Itaú e Sabesp são potenciais patrocinadores, que dependiam de como ficaria a Lei com a nova instrução normativa.

"Na verdade, nunca estive tão insegura em mais de 30 anos que estou na Mostra. A Cultura foi colocada num lugar muito estranho, de desconfiança. Sendo que é um setor que gera emprego, movimenta a economia, tanto quanto a industria farmacêutica ou a automobilística".

Vilma, do Festival do Rio, segue o mesmo discurso, acrescentando que o fato de ter a certificação não significa garantia de patrocínio. A Lei de Incentivo à Cultura , segundo ela, nunca foi diferente. São três partes envolvidas: o proponente, o empresário e o Estado.

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"Nós estamos batalhando com unhas e dentes para viabilizar o festival. Nós temos o instrumento da Lei Rounet , isso é líquido e certo. Agora, é a coisa do mercado, como a gente vai viabilizar, porque perdemos patrocinadores. Ano passado, perdemos o BNDES, por causa da Lei eleitoral. Temos que ver como vai ser este ano, até porque o Rio ficou muito isolado".

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