Lucas Heymanns eleva as emoções em monólogo crítico à ansiedade contemporânea
Criador da obra, o monólogo aborda inúmeros tópicos atuais da sociedade, como a solidão, a indústria farmacêutica, a religião, a ansiedade e muito mais
Por iG São Paulo |
Imersiva, reflexiva e necessária. Estas são boas palavras para abordar “Hiponcôndrio - Vida e Obra de Adriano Leiva Cunha”, monólogo criado e interpretado por Lucas Heymanns. Desenvolvido durante uma atividade universitária, o projeto ganhou proporções maiores e, a convite do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o artista fará mais uma montagem na próxima sexta-feira (16).
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Em conversa com o iG Gente , Lucas Heymanns falou da origem do nome da obra: “Hipocôndrio é uma parte do corpo, na primeira teoria da medicina acreditava-se que ali se produziam as sensações humanas. Além disso, a peça é sobre um cara doente e religioso, aí vem a palavra hipocondríaco. Une uma a outra e ficou hipocôndrio”.
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Sobre o personagem do monólogo, o autor declara ser uma mistura da sociedade com uma criação pessoal: “eu o vejo na humanidade! A criação disso tudo foi a partir de um trabalho corporal que tive com Carolina Figner (preparadora corporal e pesquisadora)”.
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Apesar do honroso convite do MAM , esta não é a primeira vez que “ Hiponcôndrio - Vida e Obra de Adriano Leiva Cunha ” será apresentada para o público. Sobre a recepção da primeira estreia, Lucas não esconde o orgulho: “Foi muito boa, apresentei em um Festival em Joinville e em Florianópolis, a peça sempre teve boas críticas. Até por que no final sempre fazíamos uma roda de conversa para falar sobre os temas abordados, como religião e a política atual”.
Sobre o lado político da peça, Lucas define o conteúdo da obra como emergencial para a população: “Há cinco anos parecia que isso (a peça) era um exagero, e nos últimos anos está cada vez mais possível. Nós vemos isso com a ascensão da bancada evangélica na política e a questão farmacêutica também. Até porque trata de uma loucura e ansiedade, que a cada dia que passa o mundo está passando mais por isso”.
Elevando emoções ao extremo o artista não tenta passar uma mensagem direta com sua obra, muito pelo contrário. Para ele, o importante é semear a reflexão por meio de suas falas e deixar a desconstrução e evolução pessoal com o espectador.
“A intenção é fazer as pessoas pensarem sobre a necessidade de ordenar, ser ordenado e de ter uma ordem. Fazer cada um pensar e refletir sobre sua própria vida. É tudo uma reflexão filosófica. Afinal, levar questões como: ‘para que se vive se a gente vai morrer?’”.
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O monólogo imersivo de Lucas Heymanns terá uma apresentação única na próxima sexta-feira no MAM, localizado nas proximidades do Parque Ibirapuera, e a entrada é gratuita. Além deste projeto, o ator investe em uma obra teatral chamada “Centopeia Humana” e na divulgação da série “Submerso”.