Netflix remove episódio do catálogo após ameaça do governo Saudita

Segundo o governo saudita, episódio tem roteiro que culpa o príncipe Mohammed bin Salman por matar o repórter Jamal Khashoggi; entenda

A Netflix resolveu remover um episódio específico da série “Patriot Act” de seu catálogo de produções. A medida foi tomada devido a um pedido feito pelo governo da Arábia Saudita.

Leia também: Listamos as mais hypadas produções originais da Netflix nos próximos meses

Netflix retira episódio do catálogo
Foto: Reprodução
Netflix retira episódio do catálogo

O episódio retirado da Netflix  tem um roteiro muito crítico ao governo saudita — levantando questionamentos sobre o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi e culpando o príncipe Mohammed bin Salman pela decisão de matar o repórter do Washington Post . O humorista Hasan Minhaj, que comanda o programa com irreverência, chamou o ato de “a maior tragédia da era de Mohamed bin Salman”.

Leia também: Netflix fecha acordo com Templo Satânico após denúncia de plágio em série

No mesmo episódio de “Patriot Act” , o apresentador sugere que empresas do Vale do Silício deveriam cortar relações com a Arábia Saudita após estes atos violentos e anti-democráticos.

Você viu?

"Agora seria um bom momento para reavaliar nosso relacionamento com a Arábia Saudita. E digo isso como muçulmano e como americano". Ele também critica a Arábia Saudita por seu envolvimento na guerra do Iêmen e descreve o país como autocrático.

Netflix rebate

Foto: Divulgação
Netflix

Após críticas, a plataforma esclareceu que removeu o episódio após receber um pedido judicial do governo saudita. Em contrapartida ao pedido, a empresa disponibilizou o episódio no Youtube para que todos possam assistir. No comunicado oficial enviado à imprensa, o serviço ainda reiterou que (mesmo removendo o conteúdo) apoia a liberdade artística e continuará permitindo que seus criadores opinem como quiserem (mesmo que seja no Youtube).

“Apoiamos fortemente a liberdade artística e removemos este episódio apenas na Arábia Saudita depois de termos recebido uma solicitação legal válida – e para cumprir a lei local”, escreveu o serviço de entretenimento em sua rede social oficial.

Leia também: Séries teen, Adam Sandler e volta de "Demolidor" na Netflix em outubro

Desde o assassinato do jornalista no final de outubro de 2018, diversas empresas e artistas vem rejeitando qualquer relação com os sauditas. A Netflix atua na Arábia Saudita desde 2016 e não manifestou nenhuma pretensão de deixar o país até o momento em questão.