Em 2018 o que não faltou foram estreias de séries. HBO, Hulu, Amazon, e mais apostaram em novas produções e vimos muitas estrelas do cinema migrarem para a televisão, fato mais corriqueiro a cada ano.
Ainda assim, nem tudo valeu a pena e algumas produções estrearam cercadas de “hype”, seja por sua história ou estrelas, mas não conseguiram cumpri-lo, se tornando uma decepção no ano. Por isso, nessa retrospectiva 2018 relembramos as 10 séries que decepcionaram no ano.
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“Sharp Objects”
A produção da HBO estreou em julho cercada de expectativa. Além de ter Amy Adams como estrela, o projeto é liderado por Gillian Flynn, autora de histórias como “Garota Exemplar”. A atuação de Adams, bem como de Patricia Clarkson foi muito elogiada, rendendo as duas indicações ao Globo de Ouro. Porém, a série falhou em criar um suspense como o livro de Flynn e acaba se alongando demais.
Moldada por outro sucesso da emissora, “Big Little Lies”, as fórmulas estão lá: um assassinato misterioso, os flashbacks e os problemas emocionais mais profundos do que se vê na superfície. Na prática o ritmo é bem mais lento do que o necessário e o suspense não se sustenta ao longo dos episódios.
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“Os Inocentes”
Produção da Netflix , “Os Inocentes” é uma ficção científica focada em June (Sorcha Groundsell) que foge com seu namorado Harry (Percelle Ascott). Mas ela não conhece seu passado e ao longo do caminho descobre que, não só pode mudar de corpo, como existem outras pessoas como ela que querem pegá-la. Mais complexa do que precisava ser, a série não cumpriu com o objetivo de entregar uma história envolvente e não desenvolveu bem seus personagens.
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“O Mundo Sombrio de Sabrina”
A nova versão de “Sabrina”, que foi um sucesso nos anos 1990 foi muito aguardada. Com Kiernan Shipka no papel principal, a série prometia seduzir uma nova geração de adolescentes. Se baseando em suspenses teen como “Teen Wolf”, “Riverdale” e “Pretty Little Liars”, os criadores de “Sabrina” só esqueceram de avisar para não levar a produção a sério.
Pretenciosa, “Sabrina” cospe clichês a cada cena e, de todo o elenco, apenas um ator faz um trabalho razoavelmente bom. Chance Perdomo está aceitável na pele de Ambrose, mas mesmo seu personagem está sujeito a histórias rasas. De resto, nada se aproveita no projeto.
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“Maniac”
“Maniac” também era aguardada por conta de nomes como Emma Stone, Jonah Hill e de Cary Fukunaga, mente por trás da elogiada “True Detective”, estavam atrelados. Com uma história um tanto confusa, mas a intenção de ser um “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças” cômico, a produção não funcionou. Sem apelo junto ao público, “Maniac” passou batida no ano.
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“Vai Anitta”
A retrospectiva 2018 de Anitta é bem longa considerando tudo o que a cantora fez no ano. Mesmo sem lançar um álbum ela não saiu do radar e entre seus muitos feitos está “Vai Anitta”, série documental da Netflix.
O que eles esqueceram de avisar é que a produção serviria apenas como propaganda para a artista em seus esforços de se tornar global. Ela mesma já admitiu que buscava proximidade com o público de fora do país. Sendo assim, o resultado é um produto chapa branca, feito para agradas Anitta.
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“American Crime Story”
Depois de uma primeira temporada incrível com a história de O.J.Simpson, Ryan Murphy não conseguiu manter o nível na segunda temporada de “American Crime Story”. Dessa vez focada no assassinato do estilista Gianni Versace (Edgar Ramirez), o suspense não teve o mesmo impacto. Embora com boas atuações, a produção tinha uma expectativa muito alta que não conseguiu alcançar.
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“Samantha!”
A primeira comédia brasileira da Netflix, “Samantha!” não é tão engraçada assim. Emanuelle Araújo é uma excelente atriz e foi bem no papel, mas a produção, que tentou tirar sarro de várias estrelas dos anos 1980, não teve êxito na proposta. Com episódios mais longos do que o necessário, “Samantha!” tem poucos momentos que fazem rir de verdade, além de um drama muito superficial.
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“Homecoming”
Thriller psicológico, “Homecoming” foi uma aposta alta do Amazon Prime Video, com ninguém menos que Julia Roberts no papel principal. Psicóloga de um centro para soldados com traumas, Heidi (Roberts) tenta ajudar esses militares a seguirem em frente. Cercada por um ar de mistério, “Homecoming” acaba se prendendo a fórmulas e demora a mostrar a que veio.
O criador Sam Esmail carrega os mesmo vícios narrativos que afetaram sua outra produção, “Mr. Robot” e o resultado é um produto sem inovação narrativa e decepcionante.
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“Narcos: México”
A produção que começou em 2015 contando a história do traficante Pablo Escobar teve que se reinventar quando esse arco narrativo terminou, e o fez muito bem com a terceira temporada. Depois de problemas de bastidores, com a morte de um integrante da equipe na Colômbia, o protagonista Pedro pascal mostrou preocupação em continuar, e a história foi totalmente transferida para o México.
Novo cartel, novos policiais e a mesma história. “Narcos: México” não conseguiu se superar novamente e trazer, em sua quarta temporada, a mesma qualidade das antecessoras.
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“The End of the Fucking World”
“The End of the Fucking World” provavelmente entrará em muitas listas das melhores séries do ano e, de fato, o humor britânico tem certo apelo. O problema é que elesela tem como protagonistas duas pessoas com distúrbios mentais e acaba romantizando essa condição, colocando-os para viver “aventuras”. Além disso, cenas de assédio e pedofilia são exibidas sem qualquer cuidado, pelo contrário, são exibidas como comédia. É decepcionante não só que a série tenha tido boa recepção, como que ela não tenha gerado maiores debates.