Retrospectiva 2018: Dez melhores séries da Netflix lançadas no ano
Maior empresa de entretenimento do mundo e maior produtora de conteúdo da atualidade, Netflix lançou mais de 500 produções originais ao longo do ano. A seguir listamos as dez melhores novas séries de 2018
As séries da Netflix constituem as principais apostas de conteúdo da plataforma de streaming que, em 2018, buscou produzir mais conteúdo original e de maneira mais diversa e internacional.
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Desse universo, boa parte foram séries novas e com tanto material novo e de interesse do público seria indelicado não elaborar uma lista com as melhores novas séries da Netflix em 2018. O ranking apresentado pelo iG Gente , dentro da retrospectiva 2018 , não poderia ser mais diverso. Além dos EUA, há produções da Itália, do Brasil, da Inglaterra e da França ratificando o status de produtor e promotor de cultura global da empresa.
10 – “Insatiable”
Envolta em polêmica antes mesmo da estreia, por conta de denúncias de gordofobia, “Insatiable”, já renovada para a segunda temporada, é um exercício de cinismo e sátira dos mais agudos e abre essa retrospectiva 2018 focada nas produções da plataforma de streaming.
Debby Ryan faz essa garota que depois de emagrecer em virtude de um acidente que a privou de ingerir sólidos resolve se vingar de quem fazia bullying com ela. A protagonista não é simpática e o mundo do culto às aparências é duramente ridicularizado ao longo do primeiro ano.
É preciso apreciar um humor mais escrachado para curtir a série, mas a criação de Ryan Seacrest e Lauren Gussis tem bons momentos capitaneados por uma proposta corajosa e altamente original que, ainda que não bem recebida por muitos, emplacou e gerou bons frutos.
9 - “Wanderslust”
A série britânica, parceria da BBC com a Netflix, dispensa um olhar curioso e afetivo para as dificuldades de se manter o desejo em uma relação amorosa alongada. Toni Collette faz essa terapeuta sexual que usa o acidente de bicicleta que sofreu como justificativa para a falta de desejo pelo marido. Ainda no ótimo primeiro episódio – a temporada é composta por seis – eles decidem abrir o casamento para experiências sexuais com terceiros.
“Wanderlust” é inteligente e divagativa na abordagem de conflitos intrínsecos à rotina de casais e ainda mais honesta nas resoluções aventadas. Uma série obrigatória para todos que sofrem com o outro e consigo mesmo.
8 – “Altered Carborn”
Um dos principais lançamentos de séries da Netflix no primeiro semestre, “Altered Carborn” é uma ficção científica cascuda e muitíssimo bem delineada. Em um futuro distante, as pessoas podem baixar suas memórias e viver para sempre. Os corpos são roupas que as pessoas usam e os muitos ricos, aqui chamados de matusas, em referência à figura bíblica Matusalém, têm condições de viver mais e melhor com clones e outras facilidades que essa avançadíssima tecnologia oferece.
Com ecos de Blade Runner, a série foca na figura de Takeshi Kovacs (Joel Kinnaman/Will Yunn Lee/Byron Mann), um mercenário que é retirado da prisão para investigar o assassinato de um matusa. Com ótimo visual e bons conflitos, a série cativa e já tem sua segunda temporada confirmada.
7 - O Mecanismo
Em um ano em que a plataforma de streaming lançou diversas produções brasileiras, como “Samantha!”, “Super Drags” e “Vai Anitta!”, a criação de José Padilha que tem a operação Lava Jato como inspiração se destacou. Além de atiçar polêmicas e se colocar no centro do debate pré-eleitoral brasileiro , a primeira temporada se provou um entretenimento policial de primeira bem ao feitio do criador de “Tropa de Elite” e “Narcos”.
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Com personagens exóticos abertamente decalcados da fauna política brasileira e um protagonista que encampa bem o espírito revanchista da população, “O Mecanismo” não é exatamente sofisticado narrativamente, mas fisga pelo dinamismo. A produção já teve sua segunda temporada confirmada.
6 - Amor Ocasional
Essa comédia romântica francesa tem entre seus melhores predicados o fato de ser bem francesa. Ela é Inteligente, picante e não tem medo de abordar o sexo e nossa necessidade dele no dia a dia de maneira desimpedida e oxigenada. Elsa (Zita Hanrot) está solteira e obsessiva por um ex que já não aguenta mais ser compreensivo com ela. A moça é um tanto sem noção mesmo e para ajuda-la, duas amigas, muito bem resolvidas em seus relacionamentos amorosos, resolvem contratar um gigolô para seduzi-la.
É claro que uma sucessão de inesperados se apresenta e “Amor Ocasional” ganha fôlego com eles, mas também com a amplitude da protagonista, uma mulher de verdade, com inseguranças de verdade e, porque não, uma luz muito própria. Lançada na plataforma em dezembro, a série ainda não tem um segundo ano confirmado.
5 – Explicando
Desenvolvida em parceria com a britânica Vox, a série tem como objetivo apresentar diversos pontos de vista, de uma maneira bastante pedagógica, sobre temas tão diversos como maconha, sexualidade feminina, moedas virtuais, eSports, racismo, entre outros.
Tudo desenvolvido em episódios curtos e otimizados para a linguagem da internet. “Explicando” surfa na bem sucedida onda de séries documentais da Netflix , mas ganha pontos por atingir variadas zonas de interesse . Um dos produtos mais bem urdidos e criativos disponibilizados na plataforma em 2018.
4 – Baby
Segunda produção original italiana lançada pela empresa – a primeira foi “Suburra” – “Baby” recria um dos maiores escândalos de prostituição recentes na Europa, envolvendo aliciamento de menores em Roma. Nessa produção, que mira o público de “Elite” (outro bom lançamento de 2018), mas que não se contenta somente com ele, o ponto de vista que norteia a narrativa é o das meninas que ascenderam a este universo de glamour, sexo e muita piração psicológica.
“Baby” é envolvente e desenha bem esse mundo de adultos tóxicos e insolventes emocionalmente e de adolescentes ansiosos por vivenciar essa dinâmica. É uma série bem melhor e mais profunda do que um olhar superficial permite intuir. Ainda não há confirmação de uma segunda temporada. A primeira consiste em seis episódios.
3 - "The End of The F…ing World"
Lançada no primeiro fim de semana do ano, essa pequena joia britânica transborda humor negro e esquisitice. Um menino que pensa que vai ser um psicopata e uma menina que se ressente da desvalorização diária a que é submetida pela mãe vivem essa particular e juvenil aventura a la Bonnie e Clyde. Ótimas sacadas, rompantes de violência, bons personagens e alguma amargura dão o tom dos ótimos oito episódios da primeira temporada. O segundo ano já foi confirmado.
2- "O Método Kominsky"
A união do criador de “Two & Half Men” e Michael Douglas resultou em uma dos programas mais inteligentes, bem humorados e emocionantes da temporada. Entre as séries da Netflix lançadas neste ano, “O Metódo Kominsky” se destaca pela leveza com que aborda a terceira idade. Pelo bom desenho dos personagens e pelas atuações magistrais de Michael Douglas, na pele de um ator veterano com dificuldades para se ajustar à idade que tem, e Alan Arkin, como o agente de Hollywood que precisa sobreviver ao luto.
A primeira temporada é constituída de oito episódios que agregam muitíssimo bem o drama e o humor produzindo algo radicalmente diferente do que o audiovisual americano costuma entregar na contemporaneidade.
1 - The Haunting of Hill House
Criada por Mike Flanagan, o show que encabeça o ranking das melhores novas séries da Netflix une terror e drama com rara criatividade e substância narrativa. Ótimos personagens, bem construídas elipses temporais, vai e vem no tempo e uma atmosfera genuinamente aterrorizante, “The Haunting of Hill House” , ou “A Maldição da Residência Hill” como ficou famoso no Brasil, foi o hype que a gigante do streaming tanto perseguiu ao longo do ano.
Ainda não há uma segunda temporada confirmada, mas o “This is Us do terror” foi a produção mais fácil de maratonar em 2018 e aquela que realmente provocou calafrios. Em um ano tão bom para as séries da Netflix , e para o terror, isso quer dizer muita coisa.