CCXP 2018 vira campo de batalha na crescente disputa entre Globo e Netflix
Globo apostou pesado na divulgação de sua plataforma de streaming, o Globoplay, e viu a Netflix ter um ano abaixo das expectativas na CCXP
Um dos aspectos mais interessantes da CCXP 2018 foi o embate travado entre a Netflix, empresa de entretenimento de maior valor de mercado no mundo, e a Globo , a gigante do mercado brasileiro que tenta antagonizar com a americana no ascendente mercado de streaming no contexto brasileiro.
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Parceira do evento desde o princípio, a Netflix teve quatro painéis no principal auditório da feira – recorde nesta e em todas as edições prévias – e uma programação de gala na CCXP 2018 que contou com a presença de astros internacionais como Sandra Bullock e parte do elenco mirim de “Stranger Things”.
A Globo , que em 2016 e 2017 apostou no elenco com alguma ênfase encarou a Comic-Con como ponto nevrálgico de sua estratégia de comunicação em 2018. Espalhou por toda a feira diversos painéis em todos os dias de programação – fazendo da novidade Creators Stage (um palco para influenciadores e criadores de conteúdo) seu quintal no evento. A empresa investiu pesado no Globoplay , cujo imponente estande ocupava a mesma área nobre do da Netflix, e era conceitualmente vistoso – tinha um helicóptero em tamanho real entre outras boas atrações.
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Em matéria de estande, porém, apesar do investimento e sofisticação, o espaço da Globo não foi tão concorrido quanto o da Netflix, apesar da boa estratégia de comunicação da empresa que levou astros como Cauã Reymond, Taís Araújo, Camila Pitanga, Tatá Werneck, Paulo Gustavo, Luan Santana e Daniel de Oliveira para lá durante os dias de feira.
Em matéria de painéis e conteúdo, todavia, a Globo foi eloquente. O Globoplay demonstrou que tem cauda suficiente para incomodar a Netflix no âmbito nacional e séries como “Aruanas” e “Shippados”, com painéis programados para o Auditório Cinemark e o Creators Stage respectivamente, demonstram que a Globo também domina seus algoritmos. Talvez por isso o anúncio no domingo de que “Minha Mãe é uma Peça” ganha série exclusiva na plataforma em 2019.
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Não é possível fazer uma relação imediata, mas se a Netflix deixou a desejar no evento em 2018 – a exibição de “Bird Box”, por exemplo, se provou um equívoco já que a distopia estrelada por Sandra Bullock não é o filme espetáculo que um evento como a Comic-Com pede – a Globo mostrou estar no caminho certo para fazer frente à gigante do streaming no incipiente mercado brasileiro. A CCXP 2018 foi apenas um campo de batalha e essa guerra está longe do fim.