Com alma trash, “Operação Overloard” acerta em cheio ao fundir terror e nazismo
Longa-metragem que alia terror e ficção científica estreia nesta quinta-feira (8) e comprova o tino empreendedor de bons projetos de J.J Abrams
Com o espírito dos filmes trash dos anos 80, como “Re-Animator – A hora dos Mortos Vivos” (1985) e “A Mosca” (1986), mas sem perder de vista o ar de matinê da mesma década, “Operação Overlord” é mais uma demonstração do toque de Midas de J.J Abrams, que como produtor ostenta os sucessos de “Lost” (2004 – 2010) e “Cloverfield – O mostro” (2008).
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Dirigido por Julius Avery (“Sangue Jovem”), “ Operação Overlord ” se resolve como uma bem urdida combinação de terror e ficção científica com a lógica de filme de guerra como força motriz.
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A trama tem início apenas algumas horas antes do Dia D, quando uma equipe de paraquedistas americanos entra na França ocupada pelos nazistas para uma missão crucial para o sucesso da invasão. Com a tarefa de destruir um transmissor de rádio no topo de uma igreja fortificada, os soldados desesperados unem forças com uma jovem do vilarejo francês para penetrar nas paredes e derrubar a torre.
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O longa só se revela inteiramente depois da primeira hora quando o protagonista Boyce (Jovan Adepo) descobre um laboratório nazista misterioso no subterrâneo da igreja. E se os nazistas tivessem um programa para a criação de um supersoldado, tal como a ficção concebeu o Capitão América? É dessa aterradora hipótese que o filme se sustenta daí em diante.
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Avery capricha no clima e no gore e triunfa por reconhecer no nazismo a maior história de terror da humanidade. Os acidentes laboratoriais e seus dividendos naquele pequeno vilarejo francês não são mais assustadores do que o general nazista Wafner, vivido com a mesma sanha por Pilou Asbaek que ele aferiu a Euron Grejoy em “Game of Thrones”.
O elenco de notórios desconhecidos, por sinal funciona as mil maravilhas. Wyatt Russell, como o obstinado e intimidador cabo Ford é uma poderosa bússola para a audiência. Já a atriz francesa Mathilde Oliver brilha na pele de Chloe e nos faz lembrar de Mélanie Laurent no emblemático “Bastardos Inglórios”.
"Operação Overlord" vale o ingresso
O filme de Julius Avery, é bem verdade, é muito menos ambicioso do que o longa de Tarantino que se pretende revisionista da segunda grande guerra, mas captura a insolvência de um dos momentos mais tenebrosos da história da humanidade com um potencial catártico semelhante e com um senso de humor equiparável.
“ Operação Overlord ”, com seus zumbis vitaminados, representa outro acerto da Paramount em 2018. O estúdio resolveu apostar em longas baratos e que gravitam o terror, como “Um Lugar Silencioso” e a vindoura refilmagem de “Cemitério Maldito”, para aumentar sua margem de lucro, mas quem lucrou de imediato mesmo foi o público.