Novas tensões políticas e concessões ao público no retorno de "The Walking Dead"
Nova temporada estreia nova showrunner que promove mudança estrutural na série e enseja bons conflitos em "A New Beginning". Crítica com spoilers
Contestada e em meio a vertiginosa queda de audiência e perda de relevância, "The Walking Dead" volta para sua nona temporada refundada e com novas estratégias narrativas. Escorada em um spoiler - a saída do protagonista Andrew Lincoln na metade do novo ano - a nova showrunner Angela Kang ganha alguns episódios para reorganaizar a série.
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A julgar por "A New Beginning", primeiro episódio do nono ano, é possível algum otimismo com Kang. "The Walking Dead" retornou projetando novas tensões políticas entre Daryl (Norman Reedus), que agora comanda o Santuário que abriga rendidos salvadores, Maggie ( Lauren Cohan ), mais senhora de Hilltop do que nunca, e Rick Grimes (Lincoln), idealizador da paz entre as comunidades e líder de Alexandria.
A série faz um aceno à nostalgia dos fãs em diversos momentos de "A New Beginning" como se apelasse a eles que vale a pena ficar por perto para o que vem a seguir. Na conversa entre Rick e Daryl sobre o passado, na lembrança de Daryl do irmão, no nome do filho de Maggie e Glenn (Steve Yeun), na intimidade natural entre Carol (Melissa McBride) e Daryl.
Daryl, aliás, ganha estofo dramático nesse primeiro episódio, confirmando as movimentações de que ele deve ser um protagonista formal na ausência de Rick. O destino de Rick, aliás, será um dos principais focos de interesse da série nessa primeira metade da temporada e Kang terá que ser certeira em posicionar arcos que extrapolem esse interesse.
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O fator Negan
Há Negan (Jeffrey Dean Morgan) e a filosofia que ele simboliza. Nesse sentido, a série já mostrou que há saudosismo entre os salvadores da "era Negan" e como Rick e as comunidades pacificadas lidarão com esse clamor motivado por fome e outras necessidades será o grande fio narrativo dessa primeira metade do 9º ciclo.
A chegada dos sussuradores, mais uma inspiração direta das HQs, também está prometida para essa temporada que começou com a dose certa de ação, boas piadas visuais - como a parede que emula a evolução humana - zumbis na medida certa e concessões ao público. A morte de Gregory (Xander Berkeley) é um mimo para o público e, também, um adensamento de Maggie enquanto líder e figura de oposição a Rick.
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A personagem de Lauren Cohan, por sinal, respondeu pelos melhores momentos do primeiro episódio. "The Walking Dead" , nos limites de "A New Beginning", que se passa cerca de um ano e meio depois dos eventos do fim da 8ª temporada, volta a ter as engrenagens internas dos personagens como ponto de inflexão. E com o grotesco de zumbis aranhas como pano de fundo.