"Vivemos um véu de hipocrisia", diz Ícaro Silva, que estrela “Legalize Já”
Elenco do filme que conta sobre a amizade de Skunk e Marcelo D2 e fala sobre momento político atual e do contexto do nome que a produção leva
Em breve chega finalmente aos cinemas “Legalize Já”, filme nacional que fala sobre a amizade de Skunk e Marcelo D2 que resultou no surgimento do Planet Hemp no início dos anos 1990. Nos papeis principais estão Ícaro Silva como Skunk e Renato Goes como Marcelo D2.
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Em um encontro com a imprensa nessa terça-feira (02), a equipe de “ Legalize Já ” falou sobre o legado deixado por Skunk, a marginalização de parte da sociedade e a esperança que veio da música.
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O produtor Paulo Roberto Schmidt comentou que as dificuldades para fazer o filme começaram na captação de dinheiro. Por conta do nome, muitas pessoas não queriam investir por acreditar que o filme faria apologia as drogas. A maconha porém, apesar de ser presença constante nas músicas da banda, serve apenas como pano de fundo para fazer uma critica social. “Estamos vivendo um véu de hipocrisia”, comenta Ícaro sobre a mensagem que o Planet queria passar.
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“Toda essa discussão que estamos vendo em torno da maconha nos coloca de frente com essa hipocrisia que vemos atualmente em vários aspectos. A gente discute coisas que são um pouco hipócritas. A gente fica discutindo se pode ter beijo gay na televisão como se as pessoas não fossem gays e não se beijassem na vida”, exemplifica.
Cenário político em "Legalize Já"
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Em um cenário político tão fervoroso como o atual, foi impossível não entrar no aspecto social que o filme nacional trás e que vai muito além do debate sobre a legalização da maconha. Está também no racismo enfrentado por Skunk, na possibilidade de fazer um aborto que a namorada de D2 enfrenta, na AIDS e nas políticas públicas que falham em proteger a população.
“ Legalize Já ” usa dois exemplos que deram certo, enquanto mostra as possibilidades de miséria e exclusão dos tantos que não conseguem ser lembrados por uma biografia no cinema.