Mônica Martelli não tem medo de falar de seus amores e suas dores. Foi assim que ela criou a peça “ Os Homens São De Marte e é Pra Lá Que Eu vou ”, e todos os seus derivados, incluindo uma série no GNT , um filme, uma segunda peça e um novo longa, que estreia em dezembro.
Pelo contrário, não só ela consegue falar sobre isso sem nenhuma inibição, como te faz refletir sobre seus próprios amores e dores. Em uma conversa por telefone, Mônica Martelli contou de suas inspirações na vida, o que aprendeu com seu casamento, feminismo e o desejo de encontrar um novo amor.
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Em “Os Homens São De Marte e é Pra Lá Que Eu Vou”, Fernanda (Martelli) trabalha como organizadora de casamentos enquanto segue em busca de seu grande amor . A história veio de Mônica, que ainda lutava com a carreira de atriz e com as muitas rejeições que sofria. O primeiro incentivo para fazer algo próprio foi da mãe: “Minha mãe falou: ‘o que você está esperando? As pessoas terem olhos pra você? Pega um banquinho vai pra praça e fala seu texto’ e me caiu uma ficha que eu tinha que fazer algo”, conta.
Foi assim que surgiu a peça em 2005 e que logo se tornou sucesso de bilheteria. O filme viria em 2014, superando um milhão de espectadores. Martelli conta que seu foco para escrever são os relacionamentos, mas isso não significa que Fernanda não é independente. Aliás, a personagem é baseada na história da própria criadora: “eu estou solteira, sou independente e provedora da minha família”, exalta a atriz, que tem uma filha de nove anos do casamento com o produtor musical Jerry Marques.
Mônica Martelli sem medo de amar
Dona de si e autora de um dos maiores sucessos do teatro, Mônica se joga em seus relacionamentos e não tem medo de amar. E aproveita para mostrar com seu trabalho que ser feminista e defender os direitos das mulheres não impede a busca de um parceiro: “O feminismo não está ligado a você estar solteiro. Ser feminista não é não desejar mais amar. Eu desejo amor”, confessa.
Fernanda se joga em suas relações, e Mônica também. Ela diz que isso tem seus lados positivos e negativos: “nós somos feitas de alegrias e de dores – cada dor, cada relacionamento que você tem você aprende mais sobre si mesma”, confessa.
A continuação da peça – e do filme que estreia em dezembro, relata justamente essas dores. No primeiro filme ela conhece e se apaixona por Tom (Marcos Palmeira). Agora em “Minha Vida em Marte”, o casal vive uma crise. “O bacana do filme é que não existe nenhum vilão. O vilão da história é a vida. A rotina do casamento é muito massacrante e ela (Fernanda) está sempre se questionando quando está infeliz”, declara.
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A crise do filme é inspirada pela separação de Mônica do marido, que segundo ela foi extremamente dolorosa. “A gente idealiza, faz planos para o futuro, mas eu, como a Fernanda, não vou aguentar insatisfação, mau-humor, grosseria em nome de uma foto no natal”, confessa.
Martelli teoriza que para uma relação seguir em frente em harmonia, os dois precisam mudar juntos. “Se eu conheço um cara hoje – daqui a cinco anos nós somos pessoas diferentes. Se os dois mudarem juntos é possível (manter a relação)”. Seguindo em busca de um novo amor (“vou ter um namorado logo, se Deus quiser”), Mônica se mira em outro exemplo feminino dentro da própria família: a irmã Susana Garcia, casada há 23 anos.
As duas, inclusive, expandem a relação para além do núcleo familiar, já que Susana dirige o espetáculo de Mônica, a série exibida pelo GNT e agora assumiu também a direção do filme “Minha Vida em Marte”.
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Assim como sua personagem, Mônica Martelli não tem medo de ir em busca do que quer, seja na carreira, nos relacionamentos ou no que mais lhe interesse. Inquieta, ela não se deixa levar pela acomodação e sabe que, no amor ou na dor, ela é dona do próprio destino.