Por que ainda precisamos de Elza Soares?

Dona de timbre único, artista tem percurso, talento e convicção que não apenas molda sua jornada, mas também a história da música no Brasil

Aos 81 anos de idade, ela continua fazendo história. Elza Soares é uma das cantoras mais notáveis da música brasileira e, por mais que possa ser limitador, esse é um rótulo que promete segui-la dos dias atuais até a eternidade.

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Saiba por que ainda precisamos de Elza Soares
Foto: Divulgação
Saiba por que ainda precisamos de Elza Soares

Dona de uma história marcada por tristezas, a trajetória de Elza Soares pelo mundo da música é entrelaçada por um destino vil e cruel, mas que foi driblado pela força de vontade e pela esperança de se fazer o que ama: cantar.

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Com visões revolucionárias sobre o mundo e sociedade em que vivemos, a artista é um ícone à frente de seu tempo. Sempre na ativa, em 2018, Elza lançou seu nono álbum de trabalho. intitulado “Deus é Mulher”, o projeto se tornou rapidamente um sucesso. Pensando na importância da cantora resolvemos listar os motivos de por que ainda precisamos dela.

Representatividade negra

Foto: Reprodução / Instagram / Linn da Quebrada
Elza Soares e Linn da Quebrada cantaram juntas há algum tempo

Admita-se ou não, o racismo está enraizado na sociedade brasileira. Após 200 anos de desumanização da raça negra, Elza representa a liberdade de expressão, a vitória de uma minoria, a realização dos sonhos e a representatividade negra no ramo artístico.

Ícone da música 

Foto: Reprodução
A cantora Elza Soares está confirmada para o carnaval do Maranhão este ano

Sempre demonstrando versatilidade, Elza é conhecida por cantar samba, mas já interpretou jazz e MPB. Detentora de um timbre único, a cantora é um ícone da música que vem atravessando as gerações com graça e elegância. Suas canções como A Carne , Mulher do Fim do Mundo , Tem que Rebolar e Balanço Zona Sul são sucessos atemporais que vão ficar para eternidade.

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Feminismo contemporâneo

Foto: Divulgação / WME
A cantora Elza Soares é uma das concorrentes ao prêmio de melhor cantora

Sendo mulher, negra, pobre e vítima de violência doméstica, Soares tinha todos os motivos para se considerar uma feminista nata. Porém, este rótulo é algo que flui na vida de Elza. Apesar de não se considerar uma ativista, a cantora prega com veemência a necessidade de as mulheres serem donas de si mesmas e lutarem por suas conquistas e direitos de igualdade. A ideologia feminista é tão abraçada pela artista que pode ser notada não apenas por suas falas, mas também através de sua arte, que é musical e performática.

Referência de resiliência

Foto: Marcos Hermes
Elza Soares, a Mulher do Fim do Mundo, se apresentará em três shows no Sesc Pinheiros

Falar que a vida sorriu para Elza é falar do presente. A vida da famosa é rodeada de episódios trágicos que podiam ser facilmente associados a alguma peça literária ficcional.

Aos onze anos de idade foi obrigada pelo pai a abandonar os estudos e casar-se com Lourdes Antônio Soares, um amigo de seu pai, que havia se interessado por ela. Elza sofreu muito no matrimônio arranjado, por conta da violência doméstica a qual era submetida

Elza teve oito filhos: Seus dois primeiros filhos, ambos meninos, morreram de fome. Posteriormente teve João Carlos, Gerson, Gilson, Dilma, Sara e Manoel Francisco (Garrinchinha), que morreu aos nove anos de idade.

Em 26 de julho de 2015, Elza perdeu seu quarto filho, Gilson, de 59 anos de idade, vítima de complicações de uma infecção urinária. O fato a abalou muito, e comoveu o Brasil. Além disso, ainda criança, Dilma foi sequestrada por um casal e a cantora apenas voltou a encontrar a filha quando a mesma já era adulta.

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Mesmo com todas as pedras, empecilhos e tristezas, Elza Soares nunca desistiu de seus sonhos, se tornando automaticamente uma verdadeira referência quando o assunto é perseverança, luta, determinação e, principalmente, resiliência.