“(Des)encanto” é aposta da Netflix para continuar legado de “Os Simpsons”

Com personagens irreverentes e humor atual, "(Des)encanto" ainda tem pontos a serem desenvolvidos, mas se garante no streaming

Com traços claros de "Os Simpsons" e ambientação da Disney, "(Des)encanto" é a nova animação da Netflix assinada pelo consagrado Matt Groening , criador do desenho de Homer e família.

Leia também: Relembre 10 vezes que previsões de "Os Simpsons" viraram realidade

(Des)encanto da Netflix impressiona, mas não desenvolve em todos os pontos
Foto: Divulgação
(Des)encanto da Netflix impressiona, mas não desenvolve em todos os pontos

Protagonizada por uma princesa alcoólatra, um elfo politicamente correto e um demônio vil e atroz, a nova produção da Matt Groening para a Netflix se passa na Terra dos Sonhos e explora a premissa da busca pela felicidade.

Leia também: Os cinco episódios mais polêmicos de "Os Simpsons"

Bean, a princesa, por exemplo, deseja ter o controle sobre o seu próprio destino. Já o elfo, que tem nome homônimo a espécie que pertence, não se encaixa plenamente em sua comunidade e decide buscar felicidade fora de sua terra natal. Por fim, o demônio Luci entra na vida da nobre com intuito de torna-lá má, desafio esse que, se concluído, o tornará um sucesso profissional.

Os personagens sólidos

Foto: Divulgação
(Des)encanto da Netflix impressiona, mas não desenvolve em todos os pontos

Mesmo sendo uma animação cheia de hipérboles, magia e surrealismo, os personagens da série são sólidos como rocha. Donos de índole questionável, eles se mantêm fiéis a quem são independente da passagem de tempo que é irregular ou do passar dos episódios.

Bean, por exemplo, luta diariamente para ter a vida que sempre sonhou. E mesmo entre uma bebedeira e outra, ela não se esquece de quem é, aonde quer chegar e o que precisa fazer.

Você viu?

O demônio Luci, por sua vez, dia após dia não desiste de seu objetivo - levar a princesa para o mau caminho - e arma as mais loucas falcatruas para levá-la ao isolamento social, alcoolismo profundo e armadilhas mortais. 

Temas atuais

Foto: Divulgação
(Des)encanto da Netflix impressiona, mas não desenvolve em todos os pontos

Quando se assiste "(Des)encanto" a sensação ver uma versão medieval de "Os Simpsons" é constante. Porém, mesmo com séculos de distância, a produção consegue tratar temas atuais como a ideologia de gênero, o racismo, o machismo, o uso de drogas e o mansplaining com maestria. Tudo isso com tom cômico e irônico.

O humor mediano

Foto: Divulgação
(Des)encanto da Netflix impressiona, mas não desenvolve em todos os pontos

Ao longo de sua carreira, o criador de "(Des)encanto" tentou emplacar algumas animações além dos amarelinhos, e "Futurama" é a prova viva disso. No entanto, o humor sempre foi um empecilho.

Como "Futurama", o humor da produção medieval não chega aos pés do que podemos conferir com os moradores de Springfield. Com tantos elementos mágicos e improváveis, a animação surpreende, inspira e instiga, mas não chega a angariar muitas piadas boas.

A duração dos episódios

Foto: Divulgação
(Des)encanto da Netflix impressiona, mas não desenvolve em todos os pontos

Cada episódio contém 30 minutos de duração e, mesmo isso sendo comum para muitas produções, é um fator que pesa para "(Des)encanto", que apesar de ser amaneiradamente divertido, acabada se tornando exaustivo.

"(Des)encanto" substitui "Os Simpsons"?

Foto: Divulgação
(Des)encanto da Netflix impressiona, mas não desenvolve em todos os pontos

Leia também: "Os Simpsons" é renovada por mais dois anos e quebra recorde na TV

Como toda produção, "(Des)encanto"  da Netflix evolui a cada episódio. Após 30 anos dedicados aos amarelinhos, Matt parece realmente ter acertado na mão. Se a medieval substituir, futuramente, Homer e sua família os fãs de animação, com certeza, não ficarão órfãos.