Versão do romance autobiográfico de Romain Gary, um dos maiores escritores franceses do século XX e vencedor, por duas vezes, do prêmio Goncourt, o mais importante da literatura francesa, "Promessa ao Amanhecer" é um filme quadradão na forma, mas que compensa pela história extraordinária que apresenta.
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Romain Gary (vivido em diferentes fases da vida pelos atores Pawel Puchalski, Némo Schiffman e Pierre Niney) ama profundamente sua mãe, como geralmente acontece com todos os filhos. Mas "Promessa ao Amanhecer" tem no vértice desse amor entre mãe e filho um inesperado elemento de tristeza e instrospecção.
Nina (Charlotte Gainsbourg) move mundos e fundos para que seu filho seja famoso. E o longa se resolve dramaticamente por acompanhar Gary se desenvolvendo e tentando corresponder a essas expectativas porcerto exacerbadas.
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É na arte que Nina espera que seu filho vingue. Depois da música e da pintura serem descartadas, eles focam seus esforços na literatura. Gary, para quem conhece a figura desse polivalente artista francês, não ficou restrito a ela. Ele também foi diplomata, aviador e cineasta. O filme é uma oportuna janela para conhecer esse homem que soube ver os componentes extraordinários em sua jornada e fazer da sua existência uma homenagem a sua mãe.
O filme de Eric Barbier, no entanto, não é compatível com a memória do artista que se suicidou aos 66 anos. A veia literária por vezes incomoda e o ritmo do filme provoca alguma sonolência. Os atores poderiam estar mais contidos e Barbier não sabe exatamente delimitar o que é excesso e o que é imprescendível na história. São solavancos que arrefecem o impacto emocional de uma história que merece ser apreciada.
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"Promessa ao Amanhecer" estreia nos cinemas nesta quinta-feira (26) em dez capitais brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Florianópolis, Curitiba, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza.