De volta a Cannes, Lars Von Trier causa revolta com novo filme
Mais de 100 pessoas abandonaram a sessão de “The House That Jack Built”, exibida na noite de segunda-feira (14) no festival de cinema francês
O diretor Lars Von Trier voltou a Cannes depois de uma participação desastrosa em 2011 que o levou a ser banido do Festival. Na época promovendo “Melancolia”, o diretor falou em uma entrevista coletiva que podia “compreender” Hitler.
A frase, claro, foi mal recebida e Lars Von Trier passou sete anos sem aparecer na croisette. Porém, o banimento acabou e ele pode apresentar seu novo trabalho no festival, o filme “The House That Jack Built”, estrelado por Matt Dillon, Uma Thurman e Riley Keough.
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Mais uma vez o diretor se envolveu em polêmica nas duas sessões em que o filme foi exibido, para convidados e para a imprensa. É normal que as pessoas abandonem filmes em Cannes, mas no caso do diretor houve uma debandada em um momento específico do filme. Mais de 100 pessoas deixaram a sessão na noite de segunda-feira (14), e outras tantas na exibição para a imprensa.
Violência extrema
Esse não é o primeiro filme do diretor que traz cenas gráficas de violência ou sexo. Pelo contrário, esse tipo de cinema permeia a sua carreira. Porém, o que muitos criticam dessa vez é que o diretor extrapolou os limites, com cenas cruéis de mutilações e assassinatos.
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A crítica, no geral, tem sido negativa, com algumas ponderações. A Variety diz que em raros momentos o filme oferece um “temor poético” e, no geral, falha em imergir os espectadores na história.
O Telegraph definiu o filme como “de duas horas e meia de torturas pornográficas auto-reflexivas com um depósito inteiro de McDonald's em cima do ombro, e um punhado de ideias genuinamente provocativas que, irritantemente, não levam a nada".
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Outras polêmicas em Cannes
Lars Von Trier não foi o único a polemizar em Canees, embora mantenha a exclusividade na inimizade. Spike Lee também mostrou seu novo filme “BlacKkKlansman”, e aproveitou para criticar o Presidente americano Donald Trump: “aquele filho da p*** teve a chance de dizer que somos sobre amor e não ódio e aquele filho da p*** não denunciou o Klan”, disse, em referência aos protestos de supremacistas brancos que tem tomado força nos EUA nos últimos meses.
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Mas, ao contrário de Lars Von Trier , seu filme foi muito bem recebido em Cannes, ovacionado nas duas sessões e com fortes chances de sair premiado do Festival.