Série morta-viva, "The Walking Dead" se arrasta para clímax preguiçoso do 8º ano

"Time for After", penúltimo episódio da midseason, sintetiza perfeitamente tudo o que não funciona na série atualmente e impacienta espectador

“The Walking Dead” sempre foi uma série de ritmo bem peculiar. Mas havia evolução dos personagens, novos conflitos e uma sensação constante de estranhamento. São características que se perderam de uma produção preguiçosa e que não consegue apresentar uma narrativa concisa, objetiva e reverberante.

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Rick em ação em 'Time for After', sétimo episódio da oitava temporada de The Walking Dead

O sétimo episódio da oitava temporada, penúltimo da midseason, é uma demonstração eloquente de como a série mantém as escolhas estéticas do passado, mas sem a mesma verve narrativa. A ida de Rick Grimes (Andrew Lincoln) ao lixão para negociar uma parceria com Jadis (Pollyanna McIntosh), que já havia o traído antes, prova o quão “The Walking Dead” se presta a protelações e resoluções de ocasião. O texto é ruim e compromete a atuação dos atores, as motivações dos personagens e mesmo a efetividade das soluções aventadas.

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Em “Time for After”, os planos de Rick na ação contra Negan (Jeffrey Dean Morgan) estão em risco e há uma rebelião entre seus comandados. Daryl (Norman Reedus) e Tara (Alanna Masterson) dão viço a um plano de vingança pessoal contra Negan e põe em risco toda a estratégia alinhada por Rick. Eugene (Josh McDermitt) descobre que Dwight (Austin Amelio) é o traidor no grupo dos salvadores e se descobre em um dilema ao passo que se aproxima de Negan, que vê nele e em seu afiado instinto de sobrevivência uma chance de sair da sinuca em que se encontram.

Maggie (Lauren Cohan) precisa administrar a situação que Jesus (Tom Payne) a colocou com um grupo de salvadores feito refém. Ela logo avisa: “Eles estão vivos porque podemos precisar deles para trocar com os nossos, mas se não precisarmos eles irão morrer”.

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Eugene em conflito em The Walking Dead

Os conflitos em transe e evidência não são ruins, mas a produção e roteiro falham miseravelmente em dimensiona-los a contento. Os personagens surgem cada vez mais desimportantes. Negan, um personagem e tanto, está cada vez mais com ares de comediante de stand-up e Rick é um rascunho do personagem cheio de carga emocional e conflitos que já fora.

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Como esperado, a guerra entre os salvadores e os grupos irmanados por Rick consumiu toda a primeira metade da temporada. A expectativa é que de truque em truque, “The Walking Dead” siga se arrastando como uma série morta-viva. A questão é até quando os fãs vão ficar por perto.