Com Reese Witherspoon, "De Volta para Casa" é tipo de comédia em falta nos EUA
Filme estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (19) e sela o retorno de Reese Witherspoon ao gênero que a consagrou. Leia a crítica do iG Gente
Por Reinaldo Glioche |
Reese Witherspoon não dava as caras em uma comédia romântica há algum tempo e ao se assistir “De Volta para Casa” percebemos o quanto sentimos falta dela no gênero. Estreia na direção de Hallie Meyers-Shyer, filha de Nancy Meyers e Charles Shyer, gente de cinema, a produção não esconde as influências dos dois cineastas que juntos ofertaram produções como “O Pai da Noiva” e “Simplesmente Complicado”.
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A atriz vive Alice, filha de um renomado e falecido diretor de cinema e uma atriz aposentada. Ela está prestes a se divorciar de um produtor musical e voltando a morar em Los Angeles, na casa de sua infância. Ou seja, são muitas as adaptações às quais se submete e com duas filhas pequenas a tiracolo. “De Volta para Casa” valoriza o feminino e suas questões. Hallie, que teve Nancy como produtora e consultora contumaz, resgata conflitos e soluções dos filmes de sua mãe e tempera tudo com muito charme e cinefilia.
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Na noite de seu aniversário de 40 anos – ainda há essa crise por digerir - Alice conhece o confiante e boa pinta Harry (Pico Alexander) que junto com seus amigos Teddy (Nat Wolff) e George (Jon Rudnitsky) chegaram à Los Angeles com um curta-metragem aclamado, a esperança de transforma-lo em um filme e vingar na cidade dos anjos. A noite tem um desfecho inesperado e acaba em uma manhã com a mãe de Alice, a sempre altiva e aprazível Candice Bergen, convidando os meninos para se hospedarem na casa de hóspedes da residência de Alice.
Hallie faz uma deliciosa crônica das relações modernas, mas o foco de seu filme é mesmo no reencontro de Alice consigo mesma. Comédias focadas em mulheres sempre foi o forte de sua mãe. Há até uma boa piada no filme nessa linha, com um produtor interessado no projeto dos três meninos falando sobre os tipos de filme que tem interesse em produzir. Hallie, claro, teve uma boa tutora e é muito bom vê-la oxigenando o gênero, em franca decadência no cinema americano atual.
As soluções para os conflitos aventados em “De Volta para Casa” não poderiam ser mais autênticas e alinhadas com o charme dos personagens, mas também essencialmente da trama; um feel good movie por inteiro. Michael Sheen tem uma boa participação como o marido de Alice, mas é mesmo Reese Witherspoon, cheia de energia e graça, quem nos contagia.