Halle Berry garante emoção e ação no agitado thriller "O Sequestro"
Atriz volta a protagonizar um filme, ainda que de baixo orçamento, e preenche a tela de carisma em um suspense de alta voltagem
Halle Berry é uma atriz tão boa que chega a ser melancolicamente irônico o fato de representar o argumento perfeito para os defensores da maldição do Oscar, já que sua carreira praticamente ‘desaconteceu’ depois do prêmio por “A Última Ceia” em 2002. Em 2017, no entanto, ela ensaia um retorno em grande estilo. Está na hypada sequência de “Kingsman”, que estreia semana que vem, no drama “Kings”, ao lado do James Bond Daniel Craig, e em “O Sequestro”, em que é a estrela absoluta deste eficiente thriller cheio de ritmo e clima.
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Dirigido por Luis Prieto, com maior rodagem na televisão, o filme tem Halle Berry como uma mãe coragem. Ela é Karla, uma garçonete que atravessa um divórcio litigioso e tenta preservar seu filho de seis anos desse ruidoso processo. Como o título entrega, seu filho é sequestrado em uma bela tarde no parque em uma cena construída, a despeito dos clichês, com muita tensão e suspense. “O Sequestro” é um filme eficiente por costurar clichês sob um manto de certa imprevisibilidade.
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Há aqui e ali alguns fatos que podem ser percebidos como “forçada de barra”, mas estão todos eles alinhados a um contexto de verossimilhança. Logo que percebe o sumiço de seu filho, Karla põe-se a procurar loucamente por ele e o avista sendo recolhido para dentro de um carro velho por uma mulher corpulenta e aparentemente sujismunda. Desesperada, Karla se lança em uma perseguição alucinada aos sequestradores. Sem celular, já que o aparelho caiu quando ela em vão tentou impedir que o carro partisse com seu filho dentro.
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Prieto, com sua bagagem televisiva, entende de ritmo e “O Sequestro” avança sem gargalos para seu bom clímax. Trata-se de um filme B sem medo de ser feliz e devolve a Halle Berry um papel que, se não oscarizável, lhe permite exercitar sua musculatura dramática com gosto.