Deb and the Mentals quebra tudo com "Mess", seu álbum de estreia

Banda paulistana lançou seu primeiro álbum em março: "os produtores falavam que a gente precisava de um disco cheio", diz a vocalista ao iG

Depois de lançar singles e EPs, os paulistanos da Deb and the Mentals soltaram neste mês o álbum "Mess" , o primeiro de sua carreira. Com só 28 minutos e 11 músicas, o disco é uma paulada e consegue mostrar muito bem as intenções da banda: quebrar tudo.

Leia também: Geanine Marques apresenta disco de estreia do G T’aime

A banda paulistana Deb and the Mentals lançou o álbum 'Mess' em março
Foto: Divulgação
A banda paulistana Deb and the Mentals lançou o álbum 'Mess' em março

É uma sensação muito boa lançar um disco completo", contou Deborah Babilônia , vocalista do Deb and the Mentals , em entrevista ao iG . "Eu sinto que vai abrir muitas portas, eu estou viciada e não paro de escutar", confessou a cantora.

Para Giuliano Di Martino , o primeiro disco é um grande salto na carreira da banda. "O primeiro show que a gente fez teve seis minutos. A galera pedia mais e a gente não tinha mais música pra tocar", lembrou o baterista.

Na entrevista abaixo, Deborah Babilônia e Giuliano Di Martino falam sobre o primeiro álbum do Deb and the Mentals, o momento do rock e a música brasileira.

Leia

iG: Como é lançar um disco cheio pela primeira vez na carreira?
Deborah Babilônia: É uma sensação muito boa lançar um disco completo. Eu sinto que vai abrir muitas portas, eu estou viciada e não paro de escutar. Q uando a gente participou da SIM [Semana Internacional de Música, em São Paulo], os produtores falavam que a gente precisava de um disco cheio e a gente queria muito fazer.

Leia também: As cinco mulheres que marcaram a carreira de Lara e os Ultraleves

Você viu?

iG: Como foi a produção do álbum?
Deborah Babilônia: F oi quase um ano de produção, fizemos com calma, sem pressão. A gente gravava quase uma música por dia.
Giuliano Di Martino: Foi na calma, por isso demorou tanto. O instrumental foi rápido, demorou uns três dias para gravar tudo. É teoricamente fácil gravar um disco, mas gravar um disco que você goste mesmo, é difícil. É difícil ter produção boa, uma galera pra tirar timbre, afinar batera, ter um técnico de bateria e coisas assim.

iG: Como vocês veem o rock no Brasil hoje?
Giuliano Di Martino: A galera voltou a ouvir bastante rock. Desde 2005, a galera não ouvia tanto. O rock está voltando a ser grande de novo e tem uma nova onda de new wave, de garage rock, muito boa.
Deborah Babilônia: O rock está tendo mais espaço, mas estão fechando umas casas de shows que costumavam ser casas de rock, então fica meio complicado.

iG: Como você veem a relação entre o público brasileiro e as bandas nacionais? O que é feito aqui está tendo mais valor?
Deborah Babilônia: Esse movimento em São Paulo está a passos de formiga. O pessoal em São Paulo está com preguiça de sair de casa, acha ingresso de R$ 10 caro.
Giuliano Di Martino: No Lollapalooza, por exemplo, você paga caro e acaba vendo uma, duas, no máximo três bandas. Quando as bandas locais tocam, os shows dá 20 pessoas, quando muito, e 15 são seus brothers. São Paulo é uma cidade muito boa, praticamente tudo está aqui, mas as bandas locais vão fazer fãs em outras cidades.

Leia também: Ouça “Pedro”, o novo EP do Ombu

iG: Como é o trabalho de vocês com a Läjä Records? O que vocês acham desses selos pequenos?
Deborah Babilônia: I sso está bem massa, está ajudando muito o cenário de bandas independentes. Esses pequenos selos acreditam nas bandas desde o começo.
Giuliano Di Martino: A Läjä é um selo diferente, não é um selo normal, é muito mais punk. Esses selos são foda, a galera pensa "vou distribuir música" e faz.

iG: As pessoas ainda pegam muito no pé por vocês cantarem em inglês? Como vocês lidam com isso?
Deborah Babilônia: T em gente que fala que é mais uma banda que quer ser gringa, uma banda que não sabe que está no Brasil. Mas é uma coisa natural, já tentei compor em português e não sai nada.
Giuliano Di Martino: Na Suécia tem grandes bandas de rock que cantam em português e ninguém enche o saco dos caras. Aqui a gente não chegou a ter uma educação básica em inglês, então as pessoas não encaram como uma língua mundial. Mas a galera gosta do português, é um idioma bonito.
Deborah Babilônia: É questão de gosto. Tem muito artista de MPB que tem uma carreira mais ativa na gringa que canta em português.

iG: O que vocês estão planejando para o resto do ano?
Deborah Babilônia: A gente está fazendo esse corre de fechar turnê, a gente quer tocar pra sempre em todos os lugares. Giuliano Di Martino: O mais legal quando você tem banda é tocar. Isso é o mais legal. Onde der pra chegar, a gente chega.

O disco "Mess", do Deb and the Mentals, está disponível nas principais plataformas de streaming e também ganhará uma versão física em CD.