'Power Couple': Record não pode errar ao lidar com briga no reality

Confusão generalizada no programa ultrapassa a barreira do entretenimento e vira show de tortura e humilhação.

Foto: Reprodução/PlayPlus
Volta de casal Brenda e Matheus despertou a ira de Hadballa

Desde a primeira semana de "Power Couple Brasil", quando os casais já começaram o reality mostrando estar dispostos a tudo, dava para prever que a coisa sairia do controle muito antes da final. Pois bem, a atração da Record durou um mês até que a casa se perdesse em um espetáculo de baixaria, tortura psicológica, posturas homofóbicas e muita agressividade ao vivo. Agora cabe à emissora escolher como vai lidar com tudo isso, que já ultrapassou a barreira do entretenimento.

Não tem condições de o episódio de hoje começar com o mesmo texto de sempre, dizendo "aquela treta que a gente adora" ou qualquer variante do tipo. Existe uma diferença entre querer ver o conflito em um reality show, já que um paraíso onde todo mundo acha tudo lindo não tem graça de assistir, e ver pessoas aflorando os mais primitivos instintos, tentando invadir um quarto destruindo a parede para espancar o colega de confinamento.

Resumindo rapidamente o que aconteceu nas últimas horas temos Adriane Galisteu ignorada enquanto apresentadora pelos participantes, Hadballa descontrolado atacando Matheus e usando discurso homofóbico e violento sexualmente ao vivo, produção do programa tentando intervir e também não sendo respeitada pelos confinados, segurança da emissora dentro da casa, Rogério usando um vaso para partir pra cima de Cartolouco, Baronesa trancada num quarto desesperada e implorando para poder ajudar o marido, e por aí vai.

O 'Power Couple' já eliminou o casal Diego Grossi e Franciele Almeida por ter considerado uma ameaça de agressão do modelo violenta demais. E agora, o que a emissora vai fazer com ao menos quatro casais que passaram do ponto?

Reality show não pode ser parado, mas não podemos promover na TV aberta um espetáculo violento física e psicologicamente, capaz de despertar os piores gatilhos em quem assiste, onde o respeito pela vida e integridade do outro não existe. Sobre isso, já basta as notícias revoltantes e absurdas que invadem diariamente os noticiários . Não existe entretenimento. É a organização enquanto sociedade que está em jogo.