Livro de ex-jogador de futebol americano sobre o racismo chega ao Brasil

“Conversas desconfortáveis com um homem negro” fala sobre escravidão, desigualdade e sobre o racismo estrutural

Foto: Divulgação
Emmanuel Acho, autor de “Conversas desconfortáveis com um homem negro”



A pauta antirracista é hoje mundialmente tão importante quanto o combate à própria pandemia. Nas palavras de Emmanuel Acho, autor de “Conversas desconfortáveis com um homem negro” (Ed. LeYa) o vírus do racismo é dono de uma letalidade única, e que só atinge as minorias da população.

A partir de perguntas recebidas por e-mail e pelas redes sociais, Acho, ex-jogador de futebol americano e hoje comentarista da Fox Sport, fala, de forma consciente e acolhedora, sobre escravidão, desigualdade, e sobre o racismo estrutural e sistêmico que assola a nossa sociedade.

Para o autor, a solução para o racismo e suas consequências nefastas passa pela empatia, que só é alcançada com informação. Emmanuel decidiu criar um “espaço seguro” para que pessoas brancas possam aprender mais sobre tudo a que as pessoas negras são submetidas diariamente.

O foco do autor são as pessoas “de bem” que, no entanto, podem reproduzir falas e comportamentos aprendidos ao longo da vida. O que para alguns pode ser um tabu, falar sobre o racismo e, mais que isso, combate-lo em suas entranhas, é tarefa de todos.

A saída para combatermos o racismo sistêmico é envolver todas as pessoas no problema, afinal, como diz o autor, “você não pode resolver um problema que não sabe que tem”.

A obra traz também experiências próprias de quem o escreve. Tendo escapado dos principais estereótipos relacionados a pessoas negras, Emmanuel Acho percebeu que o racismo pode, por vezes, se manifestar de formas sutis sem deixar de ferir ou de ser racismo.

Acredito que nunca saberei, de fato, o que é sofrer racismo como os que os negros sofrem. Por isso, deixo de encerramento um trecho do livro onde o autor tenta externar o que alguém que é vítima desses ataques sente.

“Eu já sabia que havia vivenciado o racismo. Não aquele racismo declarado, com ofensas raciais explícitas ditas bem na sua cara. Era mais sutil. Como, por exemplo, as incontáveis vezes que alguém na escola se sentou à minha mesa de almoço e, depois de me ouvir, disse: ‘Você é como um Oreo: preto por fora, branco por dentro’. ”

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