Livros contam de forma lúdica como é viver sem ouvir

Autora Lak Lobato usa a literatura para conscientizar e incluir

Os livros são mesmo um universo fantástico. Além de nos proporcionar viajar através das páginas, enriquecer nosso vocabulário e trazer aprendizado, ainda trabalha a inclusão para diminuir o preconceito. 

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Foto: Divulgação
Autora Lak Lobato


Já escrevi aqui na coluna algumas vezes sobre a Fundação Dorina Nowill , que faz um trabalho maravilhoso de inclusão com pessoas cegas ou de baixa visão e de como a literatura em braile ainda precisa de espaço e oportunidades. Mas confesso que ainda não tinha dado conta sobre as pessoas com deficiência auditiva. Até essa semana, quando recebi três livros especiais. 

Escute como um surdo; Lalá é assim: Diferente, igual a mim; E não é que eu ouvi? são os livros da autora carioca Lak Lobato , que ficou 22 anos sem audição e após participar do programa de implante coclear do Hospital das Clínicas (SP), e passar dois anos com incertezas, decidiu fazer o implante para reencontrar a trilha sonora da sua vida.

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Lak faz parte do grupo com deficiência auditiva chamado de surdos oralizados, que não fazem uso da língua de sinais (LIBRAS) e são usuários de tecnologias auditivas. 

Em 2014 lançou seu primeiro livro chamado “ Desculpe, não ouvi! ”, que conta a história de uma garota que perde e recupera a audição e em 2017 lançou “ E não é que eu ouvi? ”, segundo livro da carreira e primeiro voltado para o mundo infantil. 

A importância de se trabalhar temas como esse na literatura é principalmente para trazer a representatividade para esses leitores que, em muitos casos, têm a autoestima baixa por usarem algum aparelho auditivo.

E foi justamente pensando nisso que nasceu o “ Escute como um surdo ”, livro que também visa, segundo a própria autora, empoderar o deficiente auditivo e adaptá-lo à condição de usar o aparelho com orgulho de si e como uma demonstração de coragem.

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E você pode achar que falar sobre esse tema não tem importância, mas quanto mais esclarecimento pudermos ter sobre esse e outros assuntos, mais conseguiremos diminuir o preconceito e de quebra aumentar a inclusão. 

A literatura inclusiva não deve se ater apenas a instituições ou pessoas engajadas, deve estar nas livrarias, em feiras literárias, em escolas como paradidáticos e onde mais pudermos divulgar. É apenas com informação que se desconstrói e elimina o preconceito. 


Para pautas e sugestões: colunaquartacapa@gmail.com