Milton Nascimento: três álbuns do cantor são reeditados pela Sony Music
"RPM e Milton Nascimento", "Miltons" e "Yauaretê" ganharão reedições em comemoração aos 79 anos do célebre cantor e compositor brasileiro
Uma das grandes vozes da música popular brasileira, o cantor e compositor Milton Nascimento acaba de completar 79 anos e o marketing estratégico da Sony Music Entertainment , dando continuidade ao trabalho de digitalização do catálgo do artista, está reeditando os álbuns RPM e Milton Nascimento (1987), Yauaretê (1987) e Miltons (1988), através de seus tapes analógicos e projetos gráficos originais.
Os três álbuns chegam ás plataformas digitais pela primeira vez nesta sexta-feira (12) e, segundo a gravadora, toda a discografia de Milton Nascimento passará por um processo de otimização no YouTube , a partir deste mês, para disponibilizar todas essas músicas para os usuários da plataforma.
Produzido por Márcio Ferreira , então empresário do artista, Miltons (1988) era mais informal e menos grandiloquente que seus álbuns mais recentes até então, tendo na banda de base, entre outros, dois velhos amigos, o tecladista Herbie Hancock e o percussionista Naná Vasconcelos (além de Robertinho Silva em duas faixas). Composto basicamente de regravações, trazia apenas duas inéditas, River Phoenix – carta a um jovem ator, escrita – letra e música – por Bituca para homenagear o ídolo, após ficar encantado por sua atuação no filme Conta comigo – e Sêmen , em parceria com o saudoso Fernando Brant. As demais faixas eram regravações de obras já consagradas.
Uma pelo 14 Bis ( Bola de meia, bola de gude , originalmente composta para o espetáculo O último trem, do Grupo Corpo , que ganhou letra de Brant a pedido do grupo, que a estourou em seu segundo álbum, de 1980), duas por Nana Caymm i ( Fruta boa , outra da dupla Milton e Brant, e Sem fim, do baixista Novelli com o poeta Cacaso ) e outra por César Camargo Mariano (que havia registrado sua parceria com Bituca Don Quixote em seu álbum do ano anterior, Ponte das estrelas ).
Milton também gravou uma adaptação livre para o standard latino La Bamba , que ganharia letra de seu próprio punho somente quinze anos depois, a fim de presentear sua afilhada Maria Rita (rebatizada de A festa , tornou-se o primeiro sucesso da cantora). Também releu uma canção que se tornou clássica em sua própria interpretação, San
Vicente, que lhe abriu as portas para o intercâmbio com artistas da América Latina em 1972 quando a registrou no clássico álbum Clube da Esquina , transformando sua casa numa república livre para artistas das Américas de passagem pelo país.
Finalmente, Feito nós , recente parceria gravada em dueto no ano anterior com o roqueiro Paulo Ricardo , então integrante do RPM , neste álbum ganhava novo arranjo.
A propósito, em 1987 o RPM era o grupo mais popular do país, alcançando a cifra inédita de 2,5 milhões de cópias do álbum Rádio Pirata Ao Vivo , lançado pela então CBS , hoje Sony Music . Daí que o disco mix (no formato de um LP, mas com duas faixas) RPM e Milton Nascimento foi um lançamento bastante festejado à época.
Produzido e mixado pelo expert Mazzola , trazia a referida faixa de trabalho Feito nós com música de Milton e letra de Paulo Ricardo , numa pegada mais roqueira e Homo Sapiens , com música de Paulo e letra de Milton.
Confira o inicio das reedições com o álbum Miltons: