Marcelo Bandeira
Exclusivo

No elenco de "Vizinhos", Julia Foti elogia bom humor de Leandro Hassum

E, em entrevista exclusiva ao iG Gente, a artista falou sobre vida, trajetória e a sensação de dividir a cena com o comediante: "Ele é animado o tempo inteiro"

Foto: sergio santoian
Julia Foti

Com 29 anos e uma década de atuação, Julia Foti está fazendo sua estreia no streaming. A atriz faz parte do longa-metragem "Vizinhos", da Netflix, que reúne dois dos principais humoristas do país: Leandro Hassum ("Tudo Bem no Natal que Vem") e Maurício Manfrini ("No Gogó do Paulinho"). Na trama, a paulistana interpreta uma jovem advogada que se apaixona pelo filho do homem com quem seu pai tem problemas.

Foto: Reprodução/Instagram
Leandro Hassum, Julia Foti e Maurício Manfrini

Ao ser questionada sobre as semelhanças e as distinções com a personagem Camila, não titubeou. "Morar sozinha, seguir carreira e estudos de modo independente, além de viver amores e paixões intensas na adolescência são coisas que também vivi (risos). Já a superproteção da família é algo um pouco diferente. No meu caso, vinha da parte da minha tia-avó, que sempre foi importante e presente para mim", disse ao site.

Mais do que apenas uma nova comédia nacional despretensiosa, "Vizinhos" usa a comicidade para conversar sobre afeto e empatia. A história de Walter e Toninho é marcada por brigas e desavenças, mas é a partir da guerra que os dois enxergam suas qualidades. "Eu acredito que trazer sentimentos, vivências reais e "dores" do público o aproxima das obras. Assim como acontece comigo. Gosto de ver e me emocionar. As pessoas precisam de conexões", confidenciou.  

Respirando arte de diferentes maneiras, Julia, que até poucos dias podia ser vista em "Todas as Garotas em Mim", da RecordTV, deu as caras em outras produções de sucesso, como "Juacas", do Disney Channel Brasil, "Novo Mundo", da Globo, e "Toda Forma de Amor", com direção de Bruno Barreto, do Globoplay. Em seu currículo ainda constam trabalhos no teatro e como apresentadora de eventos. Confira os melhores momentos do bate-papo na íntegra!

Foto: sergio santoian
Julia Foti


1. Impossível não rir assistindo ao Hassum. Você teve crises de riso em cena? Como faz para ter controle nessas horas?

Nós estávamos em meio à pandemia, e, por isso, os cuidados cabíveis foram tomados, entre eles, "morarmos" no mesmo hotel ao longo de toda a gravação. Realmente foi um privilégio ter o Hassum durante horas e horas do meu dia. Ele é animado o tempo inteiro, além de ter um profissionalismo invejável. E não só o Leandro... Maurício Manfrini, Júlia Rabello, Marlei Cevada e Lucas Leto. Aquele set era engraçado sem esforço. Nos divertíamos muito! Mas, é claro, que, em cena, nos cuidávamos para não sair dos personagens.

Foto: Reprodução/Instagram
Selfie do elenco nos bastidores do filme 'Vizinhos'

2. Estrear na Netflix com nomes de peso e ainda ter o filme entre os mais vistos da plataforma... Como foi a repercussão direta com você?

Com certeza, foi o trabalho que mais pessoas ao meu redor — família, amigos, vizinhos ou colegas — acompanharam. Além disso, houve o contato direto com outros telespectadores, inclusive até de outros países, que a web também possibilitou. Achei essa conexão legal! E acredito na potência (já comprovada) do streaming. Assistir ao que quer, no horário que deseja, é muito poderoso. Eu me lembro de gravar os capítulos de novelas para não perder um episódio, e hoje a internet proporciona isso sem esforço. É demais!

3. "Vizinhos" mostra a briga entre duas famílias de hábitos distintos. Você já teve problemas com a vizinhança? O que te tiraria do sério a ponto de arranjar uma confusão?

Vivi por muitos anos em um prédio onde todos os moradores eram bem diferentes, mas as crianças eram parecidas. Elas queriam brincar até tarde, correr e falar alto, mas os vizinhos reagiam de maneiras diferentes. Tinham os que reclamavam, os que relevavam, os que tacavam ovos (isso mesmo, ovos) e até os que chamavam a polícia.

Eu acho o convívio coletivo trabalhoso. Se você não quer ouvir, relevar ou entender a opinião do outro, raramente dará certo. Sejam amigos, sejam casais... Hoje em dia, não sei se algo me estressaria a esse ponto. Barulho não é um problema para mim, nem os pequenos se divertindo (porque, depois que os tablets dominaram a infância, a brincadeira é motivo de comemoração).

Foto: sergio santoian
Julia Foti

4. Você fez pouca coisa na TV aberta em seus dez anos de carreira. Sua mais recente atuação foi na série "Todas as Garotas em Mim", da RecordTV. Mesmo com a forte chegada do streaming, acha que, aqui, a televisão ainda é importante para o sucesso dos artistas?

Num emprego tradicional, não é preciso trabalhar na maior empresa do Brasil para ter reconhecimento e um cargo incrível. Mas isso acontece com a classe artística. Trabalhei por anos com teatro, fazendo muitas crianças felizes, com projetos sociais bem legais e atingindo quem nunca teve contato com o teatro. Eu acho isso uma trajetória de ascensão, porque sei que mudamos a vida de muitas pessoas.

Sobre os streamings, acredito que terão a mesma importância da TV aberta, sim, não historicamente, mas alcançando e inspirando milhares de telespectadores também. É uma questão de tempo para que todos tenham acesso à internet e escolham seu programa favorito como um catálogo de produtos. E aí, sim, ambos darão prestígios semelhantes.

5. "Vizinhos" se passa numa cidade pequena onde, a princípio, há tranquilidade para se viver. E você mora em Indaiatuba, no interior de São Paulo. Por que fez essa opção?

Eu sou da capital e fui para Indaiatuba no começo da pandemia. O que era para ser uma casa de veraneio se tornou minha residência. Sempre tive medo de sair dessa ponte Rio-SP. Mas depois do isolamento, muita coisa virou on-line, e o acesso às capitais também não ficou distante para mim. Quando preciso ir ao Rio de Janeiro, por exemplo, tem aeroporto ao lado de casa; para ir a São Paulo, é só dirigir por uma hora.

A descentralização das empresas e o home office atingiram todas as áreas. Lógico que, no nosso caso, quanto aos testes — o conhecido "selfie tape" —, as gravações não têm como fugir do presencial, né? (risos).

E sobre morar no interior, não é como antigamente. As metrópoles têm estrutura e desenvolvimento como todas as outras. Aqui não deixa nada a desejar, além de uma segurança superior, a ausência de trânsito, o que já a torna muito maravilhosa, e os pés de frutas e hortas no meu quintal. Eu amo!  

Foto: sergio santoian
Julia Foti

6. Você está celebrando uma década de trabalho este ano. Como se vê daqui a mais dez no âmbito profissional? 

Acho que, com o passar do tempo, a cobrança é maior, e os sonhos também. Eu me vejo em evolução, trabalhando bastante e produzindo meus próprios projetos.

7. E quais seus sonhos pessoais?

Ter filhos, casar oficialmente e reformar minha casa (mas não para viver em tempo integral, somente entre os afazeres, que sei que virão, e precisarei gravar em outras localidades). Viajar bastante... E ter/poder proporcionar momentos com meus amigos e familiares. Amo confraternizar!