15 perguntas! Nany People fala sobre carreira, política, namoro e muito mais

Nany contou sobre os novos projetos da carreira e mostrou que do humor é possível tirar muitas e importantes reflexões; leia a entrevista com a artista

Desde o início de sua trajetória em Minas, sua terra natal, até a ida para São Paulo em busca do sonho de trabalhar com arte, Nany People nunca teve medo de desafios. Trabalhou no "Comando da Madrugada", se destacou como repórter de Hebe Camargo, integrou o elenco de "A Fazenda 3", fez reportagens para o programa "Xuxa Meneghel", atuou em peças de teatro e brilhou em papéis cômicos em séries do Multishow , como "PartiuShopping", "Xilindró e "Treme Treme".

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Foto: Divulgação/Marcos Guimarães
Nany People fala sobre carreira, vida amorosa, política e muito mais!


No ar em " O Sétimo Guardião " como o químico Marcos Paulo Pianowski, Nany People carimbou a lacuna que faltava na carreira e hoje comemora a nova conquista e relembra boas histórias. Com exclusividade ao iG Gente , a atriz, que herdou o papel que seria de Renata Sorrah, responde 15 perguntas da Coluna Marcelo Bandeira e diz estar contente com a oportunidade e agradecida pela receptividade do elenco, direção e demais envolvidos na produção do folhetim. Prepare-se!

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1. Você completou 33 anos de carreira. O que passa na cabeça quando olha para trás?

"São 43 anos. Comecei com 10 em Poços de Caldas, Minas, e não parei mais. Olho para trás e vejo que realmente fui muito feliz na escolha que tive de fazer — até por intuição — de seguir a carreira artística. Vejo o caminho percorrido como de muita sorte, muitas alegrias e muitas conquistas. Ter conseguido viver de arte no Brasil foi realmente um ato de fé, porque sou do sul de Minas e de uma região onde o pessoal não consome teatro. Com 4 anos queria ir para São Paulo para cantar na televisão, fugir com o circo. Por isso, acho que a profissão é o melhor atributo que tenho na vida." 

2. Você já postou no Instagram que "responde aos desaforos da vida com trabalho". Há pessoas incomodadas com o seu sucesso?

Foto: Divulgação/Marcos Guimarães
Nany People fala com exclusividade a Marcelo Bandeira para o iG Gente

"Quis dizer que o trabalho é a melhor resposta para os desaforos da vida, porque à vezes a gente tenta fazer um projeto, estrear uma peça, estrear um show e é complicado! Tem que batalhar, porque lei de incentivo não tem mesmo! E muitos sonhos só saem do papel porque há um esforço sobre-humano para acontecer. Dificilmente no Brasil um evento por si só se paga. Por isso tenho tantos solos, tantos shows. Ou seja, a gente responde a tudo isso e a todos esses solavancos com trabalho. Para os que não ajudaram, a gente diz depois: 'você não ajudou, mas consegui e estou aqui fazendo a minha história acontecer. Estou batendo o bumbo da minha fanfarra'."

3. É a sua primeira novela, certo? Sentiu alguma dificuldade ou desafio na hora de entrar na história? Houve alguma preparação especial?

"Alguns diretores se assustaram quando descobriram que era a minha primeira experiência em novela, mas confesso que senti dificuldade no começo por achar que estava sendo muito teatral em alguns tons. A minha primeira cena foi com Tony Ramos, um lorde. Ele falou: 'calma, minha filha. Vai dar tudo certo. Vamos nos divertir muito. Você está sendo bem-vinda e é muito querida'. O núcleo que eu estou é maravilhoso! Foram quase dois meses de ensaios, workshops, leituras e convivência. No primeiro dia que fui encontrar a Lília, falei: 'não sei se acendo uma vela, se rezo uma missa, se chamo o Samu ou se pego um copo de água doce'. E ela falou assim: 'me dá um abraço'. Fui muito bem recebida por todos da trama, pela direção, pela técnica, por todo mundo."

4. O que o Marcos Paulo e a Nany têm em comum? E o que vocês absolutamente não têm em comum?

"Temos algumas semelhanças. Assim como ele, não levo desaforo para casa. Marcos Paulo não se faz de vítima e eu também não. Agora o que não temos em comum é essa necessidade de transgressão. Ele é provocador! Faz questão de se impor assim. E uma coisa que fiz questão de colocar no personagem (que é químico, culto e que responde sempre com metáforas) foi a leitura. Ele está sempre com livro, porque é um estudioso, uma pessoa que 'pensa, logo existe'."

Foto: Divulgação/Marcos Guimarães
Nany People fala com exclusividade a Marcelo Bandeira para o iG Gente


5. Muito tem se falado da química entre você e Lília Cabral. Como é dividir a cena com ela?

"Ela é uma das atrizes que adoro, idolatro, reverencio e me inspiro. Quando ainda morava em Minas Gerais, na década de 1980, fui a São Paulo assistir ao espetáculo "Feliz Ano Velho" (adaptado do livro de Marcelo Rubens Paiva). No elenco estava Lília. A sensação que tive quando saí do teatro era de que queria fazer aquilo da vida. Nossa química é uma coisa de naturalidade, a gente realmente se diverte fazendo: primeiro porque é bem humorada e segundo porque é uma atriz muito madura e um ser humano incrível! Com ela o trabalho se torna mais humanizado. É a minha primeira novela e quero fazer outras, mas se não rolar... Já estou muito feliz por ter caído nesse núcleo, com a obra maravilhosa do Aguinaldo Silva, a direção impecável do Papinha, que, aliás, me recebeu de braços abertos. Estou muito feliz!"

6. O que você acha dos comentários sobre a audiência?

"Nem me deixo levar! Até porque temos três grandes fatores muito importantes. Primeiro, a população do mundo migrou para os aplicativos de internet. Segundo, a gente está no verão. Impossível alguém ficar vendo TV em casa com o calor que está fazendo! Terceiro, as pessoas têm mais possibilidade de realizar sonhos hoje em dia, como viajar! Tenho três amigos viajando para o exterior com o seguro-desemprego. Então, como cobrar uma audiência em tempos mais permissivos e no verão? Se essa novela tivesse sido lançada no inverno garanto que não estaria tendo esse mimimi todo. As pessoas são muito engraçadas, elas querem cobrar uma resposta de um trabalho com outros tempos que nos assolam. Não deixo me levar por isso, não! Não mesmo. Nem dou ouvidos."

7. Você joga o seu nome no Google para saber o que estão falando de você?

"Não jogo meu nome no Google. Juro que não! Depois que inventaram internet, meu bem, todo mundo é bam-bam-bam, todo mundo se acha autodidata, todo mundo se acha doutorado. E falam muita bobagem, né, Marcelo? As pessoas são muito mal informadas hoje em dia. Editam a informação como se fosse verdade absoluta. Tem perguntas capciosas? Tem! Mas não fico procurando, não fico caçando chifre em cabeça de cavalo, porque vai que encontro (risos). Até porque a minha formação não é de internet, né? Não tenho esse hábito e essa necessidade de tudo estar escaneando e vendo quem curtiu, quem não curtiu, não vejo. Não vejo mesmo. Jogo minha ideia, ponho lá, publico, acompanho alguns que gosto e é assim que levo a vida."

Você viu?

8. Apesar da indústria estar evoluindo muito na questão da diversidade, o que você acha que ainda precisa melhorar?

"A indústria está realmente evoluindo muito nessa questão. Mas apesar de o fenômeno Pabblo Vittar ter feito propaganda da Coca-Cola, da Avon, muitos editoriais de moda e estampado algumas capas de revistas, as empresas são muito ranzinzas. Se consome o 'pink money', mas não se investe na publicidade do 'pink money'. Você vê um expoente ou outro: como o comercial da Boticário, que foi lindo, mas aí vem um monte de mimimi, um monte de extremista para falar: 'onde já se viu um comercial desse'. Acho que tinha que ousar mais, mas caminhamos muito, sim, viu, caminhamos bastante." 

Foto: Divulgação/Marcos Guimarães
Nany People fala com exclusividade a Marcelo Bandeira no iG Gente


9. A fama faz você pensar duas vezes antes de fazer algo?

"Não sei se é a fama ou se é a maturidade, mas com o tempo a gente aprende que 'há coisas que quero, mas não posso, há coisas que posso, mas não devo, e há coisas que devo, mas não quero'. Não tem a ver com fama isso, não. Tem a ver com maturidade mesmo! Mas uma coisa que ela me tirou foi a liberdade de querer ir a um show e curtir um evento, por exemplo. Depois que inventaram o celular a gente sempre tem a atenção desfocada para atender um fã. A gente fica mais seletiva. Só isso."

10. Se você quisesse parar de trabalhar hoje, poderia?

"Mas nunca, meu amor! A gente quando vive de arte "morre trabalhando". Vende o almoço para poder comprar o lanche da tarde, o jantar (risos). Primeiro que o trabalho é a minha profissão de fé e o que mais me faz viver. Segundo que não dá, não. Pelo contrário! Tem que trabalhar muito, mas tem que trabalhar muito em vários campos ao mesmo tempo, tá? Estou focada na novela agora e não estou fazendo shows por uma questão de tempo. Você tem que entrar de cabeça mesmo, porque grava todos os dias, de segunda a sábado, às vezes até de domingo. E assim vai. Assim caminha a humanidade. Mas é divertido e é o que gosto. Vou de manhã para a Globo e volto feliz. Essa é a vida que eu quis! Tipo 'pro dia nascer feliz'. Mas você tem que trabalhar muito (risos)."

11. Qual foi a coisa mais especial que o seu dinheiro comprou até agora?

"A liberdade de poder entrar no restaurante e escolher o lado esquerdo do cardápio sem me preocupar com o direito. A coisa mais importante que o dinheiro me deu foi essa autonomia de poder conquistar as coisas, sabe? Mas acho interessante aprender com as limitações que ele nos dá também! Exemplo, melhora, mas não compra a saúde! Quando perdi a minha mãe em 1 mês e meio com um câncer muito agressivo — na época, estava na Hebe, na Jovem Pan, escrevia na revista "G Magazine" e fazia shows pelo Brasil afora — dinheiro não era o problema. Mesmo assim, não serviu para ajudar a salvar a pessoa que mais amei na vida. Ali, ficou a grande lição. Foi uma surra muito bem dada. Apesar disso, não tenho o menor grilo em lidar com o dinheiro. Pelo contrário! Acho que ele serve para adubar sonhos! E a maior conquista foi ter viajado como viajo. Essa liberdade de poder ir, 'eu posso ir', entende?"

12. Tem algum tema com o qual você não faça piada?

Foto: Divulgação/Marcos Guimarães
Nany People fala com exclusividade a Marcelo Bandeira para o iG Gente

"Não faço com doença e com o que vai expor qualquer pessoa ao ridículo, por exemplo. Quando você faz uma brincadeira tem que pensar: 'se eu estivesse na berlinda?'. Piada tem que ter uma quebra, um choque, uma ruptura, mas tem que se colocar no lugar. É simples! É igual microfone: 'você sabe que aquilo é uma arma que pode ser usada a seu favor e contra'. Então, tem que ter um certo cuidado! Tem gente que tem mania de fazer piada de algumas regiões do país ou de certos tipos de comportamento. Não faço, não! Mas uma coisa que mais me limita mesmo é doença. Tem gente que é perito nisso e eu não consigo." 

13. Vivemos um momento particular do país. Como você se envolve nele? Como é a sua relação com a política?

"Não é no país, não. É no mundo! Quando entrei para a novela fizeram uma pergunta, que deu muito pano pra manga: 'você pretende militar em cena?'. Falei: 'não. O que é militar para você? Estou sendo contratada para atuar. Militar eu milito na vida!'. Não cheguei aos 53 anos de idade sendo transexual com trabalho em rede nacional em vão. Fui criada, gerada, educada e gestada em um tempo que o que queria fazer não era crível, não era permissivo, não era legal e não era viável. Mas sempre quebrei o 'não' com um 'por que não?'. Sempre impus o respeito através do meu trabalho. E o que não suporto é essa cobrança rançosa (um ranço que tenho, sabe?) desse pessoal — seja de extrema direita ou de extrema esquerda. Qualquer extremidade limita!"

14. Você está namorando? Dá tempo de namorar?

"A pergunta que não quer calar: 'dá tempo de namorar?'. Meu bem, com boa vontade e safadeza, a gente faz o que pode fazer (risos). Não estou namorando, mas estava envolvida! Sou canceriana, né? 'A gente ama, a gente idealiza, a gente quer ter casa, a gente quer cuidar e quer ter a síndrome de mamãe, a gente é assim'. Fiquei envolvida durante três anos com uma pessoa e quando fui para o Rio de Janeiro, a gente se aproximou de novo, mas em menos de dois meses vi que não dava mesmo e já tinha passado. Desde então, estou solteira e focada no trabalho. Acho que meu status no Facebook tinha que ser 'em relacionamento sério com '"O Sétimo Guardião"' (risos). Melhor, 'solteira, livre e na pista aceitando propostas decentes, porque as indecentes já chegam demais (risos)'." 

Foto: Divulgação/Marcos Guimarães
Nany People fala com exclusividade a Marcelo Bandeira para o iG Gente


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15. Pra gente finalizar, quais seus próximos projetos?

"Gravo a novela até maio. Até lá, a minha prioridade é o Marcos Paulo Pianowski . Mas já tenho certo e objetivado que vou voltar no segundo semestre com "Caros Ouvintes". Tenho também a sequência de agenda para fazer meus solos pelo país afora: "TsuNany", "Minhas Verdades", "De Boca Cheia" e "3 em 1". Além disso, o projeto de uma peça muito divertida de um produtor carioca, que ainda depende da captação de recursos. Se acontecer, devo emendar com mais esse trabalho. No mais, assistam " O Sétimo Guardião ", tenham temperança, resiliência e digam sim para a vida, que ela sempre vai dizer sim para vocês!", finaliza  Nany Peolple