Gabriel Perline

Samara Felippo presta depoimento após filha sofrer racismo

A atriz compareceu à delegacia para falar sobre o crime praticado em uma escola de São Paulo

Foto: Reprodução/Instagram
A atriz compareceu a unidade policial para dar depoimento após caso de racismo contra sua filha

Nesta terça-feira (30), Samara Felippo registrou um boletim de ocorrência e prestou depoimento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. A atriz recorreu à Justiça após sua filha, de 14 anos, ser vítima de racismo por parte de alunas do nono ano de uma escola em São Paulo.

A filha da atriz com o ex-jogador de basquete Leandro Barbosa, mais conhecido como Leandrinho, teve o caderno rasgado e rasurado com frases racistas escritas pelas adolescentes no colégio Vera Cruz, um dos mais caros da cidade. Com isso, Samara Felippo foi à delegacia no centro de São Paulo por volta das 10h desta manhã.

A escola ainda informou que suspendeu as duas alunas acusadas de racismo por tempo indeterminado. A unidade conta com mensalidades que giram em torno de R$ 4.928,00 por mês para alunos do nono ano e R$ 5.344,00 para estudantes do ensino médio. "Construir uma escola e uma pedagogia antirracistas são desafios assumidos por toda a nossa comunidade escolar, com senso de urgência e responsabilidade social. Nosso Projeto para as Relações Étnico-Raciais é uma iniciativa ambiciosa que permite a oferta de bolsas de estudo para alunos pretos, pardos e indígenas na Escola Vera Cruz", esclareceu nas redes sociais.


Ao g1, o colégio ainda confirmou que "os agressores foram informados das sanções definidas inicialmente, dentre elas, uma suspensão por tempo indeterminado, e proibição da participação no Estudo do Meio na Serra da Canastra. Novas sanções poderão ser adotadas, conforme apuração e reflexão sobre os fatos". À reportagem, Samara Felippo declarou que solicitou a expulsão das alunas.

"Pedi expulsão das alunas acusadas pois não vejo outra alternativa para um crime previsto em lei e que a escola insiste relativizar. Fora segurança e saúde mental da minha filha e de outros alunos negros e atípicos se elas continuarem frequentando escola. Não é um caso isolado, que isso fique claro (...) Eu sinceramente quero que as pessoas envolvidas – as agressoras, né, que são meninas de 15 anos, idade da minha filha - se reabilitem mesmo. Quero o bem delas, eu não quero mal de ninguém. Eu só quero que não convivam no mesmo espaço, onde poderão futuramente humilhar novamente e ofender e cometer outros atos de racismo contra ela [filha]", disse.

A jovem de 14 anos ainda tentou conversar com as duas responsáveis pela prática criminosa. "Foi ela que pediu uma reunião com as garotas. Ela foi super bonita, digna, forte, empoderada, entender, né? Tentar olhar na cara delas, entender o motivo daquele ato tão agressivo, tão violento e explicar para elas que isso é crime, que ela sabe que isso é crime", esclareceu a atriz.

"Desde sempre eu nomeei o racismo. Eu disse que o racismo poderia, infelizmente, visitá-las na vida delas. E eu acho que quando ela se prontificou para querer estar com as meninas, em uma sala, para entender o motivo que aquelas meninas tinham feito aquilo, eu perguntei na hora se ela estava forte para isso. E ela disse sim", concluiu.

*Texto de Júlia Wasko

Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko