No dia 27 de dezembro de 2023, a morte de PC Siqueira chocou grande parte dos internautas que acompanhavam o youtuber há anos. Quase quatro meses depois, sua ex-namorada Maria Watanabe revelou detalhes dos últimos momentos que viveu ao lado do influenciador digital antes de ele cometer suicídio.
"A gente brigou no dia anterior, aquela bem tradicional, de falar besteira, de ficar com ciúme de coisas que vi no telefone dele. Um bate-boca mesmo. Como eu disse, a gente tinha terminado dois dias antes e eu estava encaminhada a terminar de fato", relatou ao podcast Sem Limites, apresentado por Raul Ferreira Netto.
"Mas, aquela coisa, eu não ia terminar com o PC Siqueira e deixar ele sozinho, imagina, e ele sabia disso. A gente morava junto, tinha 3 bichinhos, tinha uma família, uma vida. Não era catar minhas coisas e sair de casa de um dia pro outro, como outras mulheres da vida dele fizeram. O fato de eu sair da vida dele causou uma náusea e a gente começou a discutir", acrescentou.
"No dia seguinte, ele acordou normal. Se você toma uma cartela de Rivotril ou outro remédio, você fica dopado. Só que ele acordou bem e eu falei 'ok', pra quem estava num surto psicótico, muito agitada. Ele desceu no bar da frente e tomou uma cachaça. Subiu, levou uma pra mim ainda e eu olhei e falei 1putz, ele bebeu'. E foi no dia que tínhamos marcado psiquiatra (...) Eu estava me arrumando pra ir [pro psiquiatra] e ele olhou para mim e falou: 'Maria vai ser hoje'. E era com um olhar que eu já conhecia. E, aí, quando ele me falou isso, acho que foi a despedida porque ele começou uma cadência de movimentos em função daquilo, de tirar a própria vida", disse.
Por fim, Maria Watanabe desabafou sobre as críticas que recebeu por não "salvar" PC Siqueira: "Eu não sou a Mulher Maravilha, eu não sou Jesus Cristo nem a mãe dele. Então eu fiquei com ele até o final e a última coisa que eu falei para ele foi 'te amo'. Porque eu tentei falar todas frases possíveis quem fossem fazer ele ficar: falei do Lulinha, que era o cachorro dele, que era uma das coisas que ele mais amava no mundo; falei de mim; da prospecção da nossa vida futura. Só que ele já estava começando a fazer várias forcas. Eu mandei para um amigo a foto da forca feita por um lençol porque eu já não sabia o que fazer, porque ele estava agressivo. Se ele botou na cabeça que queria fazer uma coisa, quem sou eu para parar? E poderia até respingar em mim, se ele quisesse fazer de uma outra maneira, não sei".
"E não era o PC. Ele nunca faria aquilo estando em um estado racional. O PC nunca encostou uma mão em mim. Então, foi um episódio específico, que ele não estava em si, nas faculdades mentais dele, e ele só queria cessar a própria vida (...) Eu tentei até o último segundo. O corpo dele eu segurei, só que eu vi que tinha uma cadeira embaixo. Quando ele chutou a cadeira e caiu o peso na minha mão, vi que foi feito de uma maneira que não tinha como reverter. Nem eu vi que ele tinha pego aquela cadeira, foi tudo muito rápido. O fio, inclusive, não estava solto, não estava lá. Ele, provavelmente, deve ter pego aquele fio na hora, deve ter inventado aquele fio. EU tinha o cuidado de não deixar nada perto que pudesse suscitar a ideia na cabeça dele. Só que eu estava exausta", concluiu.
*Texto de Júlia Wasko
Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko