Gabriel Perline

Mãe de Isabelle Nardoni abre o jogo sobre regime aberto: "Ofendida"

Ana Carolina Oliveira comentou sobre a possibilidade de Alexandre Nardoni viver fora das grades

Foto: Reprodução/Globo
A mãe de Isabella Nardoni comentou sobre o crime

Na última terça-feira (12), Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, participou do Encontro com Patrícia Poeta, na Globo, e comentou sobre a possibilidade de Alexandre Nardoni ser solto a partir de 6 de abril e cumprir o restante de sua pena em regime aberto. Ele, ao lado de Anna Carolina Jatobá, foi condenado há 30 anos de prisão pela morte da filha em março de 2008.

No dia 29 de março de 2008, Isabella Nardoni morreu com apenas cinco anos de idade. De acordo com a Justiça, ela foi jogada pela janela pelo pai e pela madrasta, Anna Carolina Jatobá, condenada a 26 anos de prisão. Após 16 anos preso, Alexandre Nardoni poderá reduzir a pena por trabalhar na cadeia e por ter lido livros.

Desde junho de 2023, a madrasta está solta após ter progressão para o regime aberto. Ela estava presa há 15 anos no presídio em Tremembé, no interior de São Paulo. Em março deste ano, Anna Carolina Jatobá visitou o túmulo da enteada e gerou revolta nas redes sociais.


"Me sinto ofendida como mãe e até em memória da minha filha. A gente sabe que vai acontecer, mas não espera que isso aconteça. Sabendo tudo o que aconteceu, vivendo esse luto, me sinto bem triste por tudo isso. Graças a Deus, a justiça foi feita na época, mas é bem pouco tempo pelo tamanho do crime que aconteceu e sabendo que minha filha não vai voltar, não tem essa oportunidade, ela não vai viver", desabafou sobre a soltura de Alexandre Nardoni.

"A saudade é o que fica e é o que guardo para mim. Procurei transformar essa saudade em uma lembrança boa porque essa dor adoece. Como tive oportunidade de ter meus outros filhos, procuro ter lembranças dela", acrescentou.

"A cicatriz vai se fechando, fica uma lembrança, óbvio que penso como seria minha vida com ela, com os irmãos, ela completaria 22 anos. O que faríamos juntas, o que seria de bom para nós, guardo esse tipo de lembrança e não como ela morreu, sem lamentações, porque acho que isso adoece", comentou.

"O que me indigna são esses benefícios. Ser preso é se privar, ficar privado de executar as mesmas funções que um cidadão que não cometeu um crime. A partir do momento que pode sair no Dia das Mães, no Dia dos Pais, nos feriados, cometer o crime e poder estar na rua, então vale a pena cometer um crime? Viver bem, dormir na sua casa é uma privação? Não é uma privação", concluiu.

*Texto de Júlia Wasko

Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko