Em pé, da esquerda para a direita: Cláudia Santos, MV, MC 7Belo, Mc Brinquedo, MC Pedrinho, MC Nando e Ana Lee. Sentadas, da esquerda para a direita: Cláudia Moura, Lidiane, Val e Suevilyyn
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Em pé, da esquerda para a direita: Cláudia Santos, MV, MC 7Belo, Mc Brinquedo, MC Pedrinho, MC Nando e Ana Lee. Sentadas, da esquerda para a direita: Cláudia Moura, Lidiane, Val e Suevilyyn

Mais do que mães de MC's paulistanos de sucesso, cinco mulheres estreiam em uma série documental unidas por um desejo: serem lembradas como as Mães do Funk. Título que descreve Valquiria (mãe de MC Kevin e Suevilyyn); Cláudia Santos (mãe de MC Don Juan e MV); Ana Lee (mãe de MC Pedrinho e MC Nando); Cláudia Moura (mãe de MC 7Belo) e Lidiane (mãe de MC Brinquedo); e nomeia a produção que estreia hoje (23) no catálogo do Paramount+.

O documentário mergulha no cotidiano das cinco mães e revela o papel crucial delas na vida pessoal e artística dos filhos. Na série, o espectador irá acompanhar a produção do Baile do Esquece, realizado por Val; a estreia de Suevilyyn, sua filha, nos palcos, e a Feijoada que reúne diversas mães do funk. Entre a vida atribulada de empresárias e de mães presentes, elas refletem sobre suas vidas.

A antecipação e o entusiasmo pela estreia são evidentes. As mães desejam dividir suas vivências com o público e expor como é ter um filho artista. Val consta que exige-se um cuidado maior, mais desgastante:  "Tem que cuidar da aparência do seu filho, do que ele fala, prestar atenção em tudo o que ele faz. Um filho artista tem 500 amigos, então você tem que se preocupar... De noite, se meu filho está trabalhando, além de fazer as coisas na minha casa de dia, eu me preocupo se está tudo bem", confessou em entrevista exclusiva à coluna.

Lidiane ainda comentou sobre o gerenciamento de tarefas que devem equilibrar, cenas estas que serão mostradas no documentário: "Somos mães de artista, mas temos outros filhos, uma casa para gerir, o trabalho deles e ainda os nossos. No final de semana que eles estão na rua fazendo show, o nosso telefone funciona 24 horas", Ana Lee complementou: "A gente não dorme, somos vagalumes", divertiu-se.

Cláudia Santos discorreu sobre o sentido de liberdade por serem mães de cantores que acumulam milhões de fãs e alcances com produções musicais no cenário do funk atual: "Por sermos mães de artistas também vivemos restições como nossos filhos e nos tornamos 'artistas'. As pessoas te conhecem como 'a mãe do MC Don Juan' ou 'a mãe do MV'...", disse ela, que foi complementada por Val pelo desejo de serem reconhecidas com um título a mais.

Sobre o assombro do cancelamento, as cinco mães afirmaram não ter qualquer receio ao famoso hate da internet. Cláudia Moura ainda acrescentou que está feliz por expor ao mundo suas realidades: "Muitos acham que a gente vive só no 'close'. Se eu não tivesse nesse grupo, no mundo do funk... assistiria [a série documental] e ia ver o que é realmente a verdade, então, é fundamental. Se formos canceladas é porque eles [o público] não querem a verdade", pontuou.

As Mães do Funk, então, encerraram suas sinceras impressões sobre o espaço no streaming para mostrarem quem realmente são. Val iniciou: "Eu quero ser lembrada como a nega Val, da Feijoada da Val", divertiu-se. Cláudia Moura destacou suas multi-habilidades para ser reconhecida: "Quero ser lembrada como a mãe que é amiga, empresária, psicóloga, é a sogra chata...", divertiu-se. 

Lidiane reforçou o poder do documentário: "Eu quero que a série faça com que sejamos lembradas como mulheres brasileiras, guerreiras, lutadoras... mulheres de fé que nunca desistem", disse. Já Ana Lee, como "história": "Quero ser lembrada como a Ana Lee, falando da nossa história e da nossa história no funk. Somos relíquia", exclamou.

Por fim, Cláudia Santos destacou: "Quero ser lembrada como a Cláudia Santos que arregaçou as mangas e foi!", declarou.

Na jornada para o sucesso desses jovens artistas do funk, as mães se configuram como peças fundamentais para esta conquista. Mulheres que, ao contrário do destino previsto, atravessaram a ponte que separa a periferia do centro da cidade e conquistaram também seu lugar ao sol, não só como mães de artistas, mas como empresárias.

* Texto de Lívia Carvalho
Lívia Carvalho é estudante de Jornalismo e apaixonada por cultura pop. Antes de entrar no time da coluna, foi produtora, apresentadora e repórter no programa Edição Extra, da TV Gazeta. Siga Lívia Carvalho no Instagram: @liviasccarvalho

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