Morreu, na madrugada desta sexta-feira (10) aos 74 anos, Roberto Manzoni, mais conhecido como Magrão. O diretor de TV imortalizou seu legado como responsável pelo sucesso de atrações do SBT nas décadas de 1970 e 2000, como Viva a Noite (1982-1992) e Domingo Legal --tanto sob o comando de Gugu Liberato (1959-2019) quanto Celso Portiolli. E também esteve à frente da reestreia do Programa Silvio Santos.
Celso Portiolli lamentou a morte por meio de suas redes sociais. "Hoje dizemos um adeus cheio de saudade ao nosso querido Magrão, o Roberto Manzoni. Diretor de tantos programas que amamos no SBT, ele sabia como ninguém dar vida a um programa de auditório", começou no Instagram.
E seguiu: "Seu trabalho tocou tantas vidas, e sua ausência será sentida em nossos corações. Nossos pensamentos estão com a família e amigos do nosso grande diretor Magrão neste momento difícil. Vamos sempre lembrar dele com carinho e gratidão por todos os momentos felizes que nos proporcionou. Obrigado Magrão", encerrou na legenda que acompanha um vídeo dos dois.
Boninho comentou na publicação de Celso e falou da importância de Magrão para o entretenimento. "Profissional talentoso, daqueles que não existem mais. Sabia muito", disse o diretor da TV Globo.
Sonia Abrão também se pronunciou sobre a perda do diretor. "Magrão, meu amigo querido, aprendi muito com você quando trabalhei, sob sua direção, no Domingo Legal! Vai voltar a formar aquela dupla imbatível com Gugu lá no céu!", disse.
A morte também foi lamentada por famosos como Latino, Sergio Mallandro, Lucas Lucco e Oscar Filho, Mara Maravilha, Márcia Goldschimidt e Ticiane Pinheiro.
Manzoni começou a carreira na década de 1970, dirigindo o Domingo no Parque (1977-1988), apresentado por Silvio Santos. Na década seguinte, embarcou em uma parceria bem-sucedida com Gugu no Viva a Noite.
No Domingo Legal, o diretor ajudou o programa a ganhar várias vezes as guerras de audiência contra o Domingão do Faustão (1989-2021). Inclusive, ele se demitiu em setembro de 2003, após perder a liderança para o programa de Fausto Silva.
Magrão também estava insatisfeito com as mudanças no dominical, que teve que cortar quadros mais apelativos por causa de uma campanha contra a baixaria na televisão, chamada de Quem Financia a Baixaria É Contra a Cidadania. Na época, o Domingo Legal passou a investir mais em jornalismo e diminuiu as atrações musicais. Ele ainda não gostou de ter de dividir a direção com Maurício Nunes.
Magrão também passou pela Band nos anos 2000 e foi diretor do Jogo da Vida (2003-2005), programa de Márcia Goldschimidt., e trabalhou como apresentador em O Poderoso Magrão, entre 2005-2006, na TV Gazeta, mas deixou a emissora para se candidatar a deputado federal pelo PDT.
Voltou para a emissora de Silvio Santos em 2007, quando participou de uma nova versão do Viva a Noite com Gilmelândia.
Também dirigiu o Sabadão no SBT, e deixou o Domingo Legal definitivamente em 2016.
Ele ainda escreveu o livro autobiográfico Os Bastidores da Televisão Brasileira, no qual relata histórias dos tempos em que esteve à frente de programas de auditório. Manzoni ainda trabalhou como produtor musical, sendo creditado como compositor das músicas A Dança da Galinha Azul, Fio Dental e Marcha da Bicharada --cantadas por Gugu Liberato; e também na produção do álbum Provocante, do grupo Dominó.
* Texto de Lívia Carvalho
Lívia Carvalho é estudante de Jornalismo e apaixonada por cultura pop. Antes de entrar no time da coluna, foi produtora, apresentadora e repórter no programa Edição Extra, da TV Gazeta. Siga Lívia Carvalho no Instagram: @liviasccarvalho