Gabriel Perline
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Diretor explica romance proibido entre Matt Bomer e Jonathan Bailey

Companheiros de Viagem chega ao Paramount+ neste sábado (28) com uma história de amor épica e um thriller político dirigido e roteirizado por Ron Nyswaner

Foto: Reprodução/Paramount+
Matt Bomer (The Normal Heart, The Boys in the Band) e Jonathan Bailey (Bridgerton) em cena de Companheiros de Viagem

"Drama emocional quente, com riscos envolvidos em apostas altas". É desta maneira que o diretor e roteirista de Companheiros de Viagem (Fellow Travelers), Ron Nyswaner classifica o drama, que chegou ao Paramount+ neste sábado (28). A narrativa é um romance clandestino, estilo Political Thriller, entre dois homens que se apaixonam na Washington DC, da era McCarthy, em que o Macarthismo sombreou os Estados Unidos ao declarar guerra aos "subversivos e desviantes sexuais" em 1950.

O romance é baseado no livro homônimo de Thomas Mallon, de 2007. E se há algo que o público deveria dizer "Obrigada, senhor Ron!" pela adaptação da obra, é por "viajar os personagens por mais tempo". Isso porque na trama de Nyswaner é possível ver Hawkins "Hawk" Fuller (Matt Bomer) e Tim Laughlin (Jonathan Bailey) enquanto cruzam os protestos contra a Guerra do Vietnã na década de 1960, a questão hedonista em 1970, e a crise da AIDS em 1980 -- inspirada na década de 1950 escrita no livro.

Pois então, seria mais fácil nos conectarmos aos personagens quando estão vivendo um drama político ou há riscos do público não se envolver suficientemente à trama? Em entrevista à coluna, Ron destacou que a história política aumenta os riscos e que isto contribui para criar uma história de amor.

“Um romance sem riscos, você somente se questiona 'eles vão se casar ou não?'. Esse não é um drama muito interessante... Nem consigo imaginar quantas cenas posso escrever a partir disso. Mas em [Companheiros de Viagem], você conhece uma história de amor em que ser visto saindo do apartamento um do outro pela manhã significa que suas vidas e carreiras podem acabar. Isso é uma aposta alta", declarou.

Ron se define como um "contador de histórias dramático" e considerou trabalhar na produção para retornar à época de Joseph McCarthy e Ron Johnson – onde as atividades governamentais antidemocráticas reduziram a expressão de opiniões políticas ou sociais julgadas desfavoráveis para a "segurança nacional" – pois ama História e há um drama real nisso.

"Me apaixonei quando li o livro. É um lindo e complicado relacionamento amoroso entre dois gays porque é muito perigoso serem LGBTQIAP + em Washington DC naquela época", disse. "É o mundo ruim que está interferindo no seu relacionamento, nas suas necessidades pessoais, falhas, limitações, para estarem juntos", avalia.

"E eu amo uma história de amor onde as pessoas não são realmente adequadas umas às outras, um amor entre 'opostos', já que os personagens vêem o mundo de maneira completamente diferente e, ainda assim, são atraídos um pelo outro quando estão juntos", pontuou.

Fazendo jus ao nome da série, Ron completou expondo quais os desafios para gravarem as cenas em uma verdadeira viagem no tempo: "Não filmamos as cenas em ordem, então quando estávamos prestes a filmar uma cena perguntávamos: 'Espere, em que ano estamos? E o que está acontecendo nos anos em que eles não se viam entre os episódios'. Então isso foi um desafio", encerrou.

* Texto de Lívia Carvalho
Lívia Carvalho é estudante de Jornalismo e apaixonada por cultura pop. Antes de entrar no time da coluna, foi produtora, apresentadora e repórter no programa Edição Extra, da TV Gazeta. Siga Lívia Carvalho no Instagram: @liviasccarvalho