Gabriel Perline
Exclusivo

Galisteu precisa de liberdade para exterminar chatice de A Fazenda 15

Apresentadora tem pouca autonomia para mediar embates e conflitos no programa da Record

Foto: Reprodução/Record
Adriane Galisteu apresenta A Fazenda 15, mas não tem liberdade para atuar como mediadora


O grande barato de A Fazenda sempre foi ver o surgimento de barracos improváveis protagonizados por subcelebridades em busca do sonhado protagonismo em horário nobre de uma das maiores emissoras do país. Mas os exageros frequentes somados ao desespero pelo holofote tem feito o público do sofá sofrer com brigas cansativas e sem enredo. E isso tem evidenciado um grande problema que tem se apresentado nos últimos anos: a falta de liberdade de Adriane Galisteu em atuar como mediadora de conflitos.


Friso logo de cara que a coluna tem respeito e admiração pela apresentadora, e também por Rodrigo Carelli, diretor do núcleo de realities da Record. Mas é importante pontuar que as formações de Roça estão chatas, cansativas, extensas e confusas. E tudo isso se resolveria se Galisteu fosse autorizada a agir além do roteiro.

A última formação de Roça, iniciada na noite de ontem (17) e que acabou somente na madrugada de hoje, foi recheada de situações desinteressantes. Vimos justificativas de votos longas e cheias de curvas, com direito a réplicas, tréplicas, quadrúplicas... Tudo isso rolando por minutos a fio, sem uma interferência pontual para melhorar o dinamismo do jogo.

Como Galisteu não tem autonomia para atravessar as falas dos participantes, os telespectadores ficam muito tempo vendo uma forçação de barra de gente sem enredo e repertório, com falas desconexas, alongando a duração de um discurso simples, que seria reduzido a segundos se houvesse mais objetividade na construção de uma linha de raciocínio por parte dos peões.

A situação é tão chata e cansativa que até mesmo os participantes não aguentam mais tanto tempo desperdiçado. Márcia Fu é uma das que sempre expõem a chatice de determinadas dinâmicas justamente por não haver um fio condutor para que as coisas aconteçam. A sensação lá dentro da sede, e aqui no sofá, é de que os jogadores estão soltos, porque não há um direcionamento e tampouco uma mediação eficaz.

As formações de Roça viraram um dos momentos mais chatos de A Fazenda 15. Como o tempo de arte é limitado, o que vemos é uma liberdade muito grande para que os participantes digam o que quiserem no início. E aí abre-se a porteira da enrolação e dos VTs desinteressantes. Galisteu fica lá na dela, caladinha. Aparece vez ou outra para dizer quem tem o poder de fala em determinado momento.

E toda semana acontece exatamente a mesma coisa: o tempo estoura e na reta final faltam minutos e sobram participantes tendo que votar e justificar suas escolhas. E somente neste momento que a apresentadora se faz mais ativa, pedindo rapidez nos discursos e até mesmo atravessando falas importantes. Isso acontece sempre quando a temperatura já está alta, e os participantes no auge de suas raivas e contradições.

Galisteu é uma apresentadora de primeira linha e tem nas mãos um produto riquíssimo, mas é impedida de usar suas habilidades espontâneas para fazer o jogo se tornar dinâmico e interessante. É necessário que Carelli conceda mais autonomia para ela atuar nas dinâmicas de maneira menos roteirizada. Isso ajuda quem está em casa, lutando contra o sono, para acompanhar uma rinha de subcelebridades --que se mostram tediosas na maior parte das vezes.

Ela é uma fanática declarada por reality show, entende muito bem do gênero e sabe fazer apontamentos importantes sobre o andamento do programa. Dar à apresentadora liberdade para atuar é fundamental para acabar com a chatice que se tornou a formação das Roças. Carelli, por favor, libere a Galisteu (#FreeGalisteu).