Travessia entrou para a história de piores novelas já feitas pela Globo. Gloria Perez derrapou feio nas subtramas desenvolvidas para fisgar o público e desenvolveu situações que não fazem o menor sentido, transformando o folhetim em um fracasso retumbante. Confira as situações que colaboraram para o flop:
Gloria Perez teve a nada brilhante ideia de colocar um robô para o papel de garçom em Travessia. A revelação da contratação de Haroldo para o Bar da Vila foi uma das cenas mais constrangedoras desta trama. E o ciúme de Joel (Nando Cunha) ao ver a máquina arrebatar a preferência da clientela pareceu um disco riscado que perdurou mais de 100 capítulos. E no final, não teve serventia nenhuma. Nem mesmo para provocar risos.
Rodrigo Lombardi até que conseguiu transformar o magnata Moretti em uma figura detestável, mas o mais impressionante na história é que sua fortuna não tem fim. Ele nunca foi visto trabalhando, apenas gastando dinheiro em altos volumes, comprando mansões e levando uma vida irreal, sem nunca pisar num escritório para justificar sua fonte de renda.
Uma das histórias mais surreais que Gloria Perez poderia inventar é a de uma mãe, que viu seu filho sair de seu ventre, e teve o parto assistido pelo marido e pela sogra, ter o teste de DNA reprovado, dizendo que ela não é mãe da criança que ela pariu. Sério, não tem nem pé e nem cabeça colocar um problema destes numa trama. Brisa (Lucy Alves) está há mais de um mês fazendo testes e recebendo negativas dos laboratórios sobre a veracidade de sua maternidade. Aqui a autora viajou na maionese grandiosamente.
Gloria Perez gosta de se mostrar antenada, mas em Travessia ela pecou ao querer colocar dois temas sem a menor profundidade e razoabilidade na trama: a assexualidade e o metaverso. São constrangedoras todas as cenas de Caíque (Thiago Fragoso) tentando cercar as mulheres que cruzam seu caminho e ainda fazer cara de coitado quando ele as decepciona na hora H. É uma abordagem tão rasa e despreparada que ofende nossos olhos. Já a questão do metaverso ficou com Deus. Nos primeiros capítulos, a autora deu a entender que iria explorar o tema, mas por falta de repertório deixou a problemática na superfície.
Uma jovem rica e antenada com o mundo virtual passou a novela inteira sendo uma das figuras mais burras já retratadas em uma novela. Chiara (Jade Picon) passou mais de 140 capítulos sem saber quem é sua mãe biológica, demonstrando quase ou nenhum interesse em saber de sua origem, para chegar na reta final e entrar em um desespero para descobrir o segredo por trás de sua família.
Nunca antes na história da TV brasileira dois pais foram retratados de uma maneira tão passiva e incompetente na função parental como em Travessia. Laís (Indira Nascimento) e Abdias Monteiro (Aílton Graça) demoraram mais de 100 capítulos para tomar as rédeas na educação de Theo (Ricardo Silva) e tratar do vício do filho em jogos como uma doença. Muitos absurdos foram mostrados. Em qualquer família normal, pais da vida real já teria adotado posturas mais enérgicas para colocar o adolescente nos trilhos.
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