Diário de Um Gigolô: Péssima série é click bait pornô da Netflix e TOP10 no Brasil

Existem séries ruins. E existe Diário de Um Gigolô, que inaugura uma categoria dentro do catálogo da Netflix: o click bait da pornografia. Talvez seja essa a única justificativa para uma produção tão ruim, com roteiro bagunçado e atuações sofríveis passar semanas inteiras no TOP10 da gigante do streaming, chegando a ficar um bom período como a mais vista pelos assinantes brasileiros.

O começo do erro

A série é vendida como um thriller sensual. Mas não tem nada de suspense, sensualidade, terror ou qualquer elemento que te faça ficar preso a ela. A história acompanha o triângulo amoroso entre o prostituto de luxo Emanuel (Jesús Castro) com Ana (Fabiola Campomanes) e Julia (Victoria White), que são mãe e filha.

Reprodução/Netflix

Mãe sem noção

Ana é uma milionária casada, mas que usufrui com muita frequência dos serviços de Emanuel. A relação dos dois, além de envolver muito dinheiro, também envolve confiança. E é neste momento que ela tem a brilhante ideia de dar um cheque em branco para o gigolô com o objetivo de que ele seduza sua própria filha, que vive fechada para o mundo desde a morte do pai. Para a ricaça, o problema da jovem é falta de sexo.

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Erro no passado e no presente

A partir daí tudo começa a degringolar. O fio narrativo da trama é por conta de um assassinato, e toda a história é apresentada em esquema de flashforward, com Emanuel prestando depoimento por ser o principal suspeito do crime. A vítima é revelada somente no terceiro episódio, e os demais personagens também vão à delegacia para os interrogatórios. São cenas vergonhosas e constrangedoras demais, com falas tão distantes da realidade que o suspense acaba se tornando uma comédia pastelão.

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Sexo sem tesão

A história não é contagiante e tampouco inédita. Já que o roteiro é ruim, qual o refúgio para atrair a audiência? A pornografia! Mas ela também fica só na promessa. As cenas de sexo são muito, mas muito mal produzidas. E os que acabaram dando play na produção para ver os atores peladões podem se frustrar com a falta de sensualidade das cenas.

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Nudez proibida

Por colocar o gigolô como o protagonista da trama, a primeira desconfiança é de que os corpos dos rapazes seriam bastante explorados pelas câmeras, assim como ocorreu em diversas outras produções picantes da Netflix. Mas o personagem principal tem o bumbum exposto umas duas vezes ao longo de toda a trama. E as mulheres são poupadas dos closes ginecológicos, com um mamilo vazando aqui, outro ali. Muita sombra, muitos cortes e jogos de câmeras e pouca sensualidade.

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Walcyr Carrasco da Shopee

Em termos de provocação sexual, Diário de Um Gigolô parece uma trama religiosa perto do que foi Verdades Secretas 2, do Globoplay. Ambas tiveram histórias ruins e atuações sofríveis, mas a produção brasileira entregou muito mais provocação sexual que a mexicana.

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Nada contagiante

O roteiro também é bem ruim. Basicamente mostra mulheres muito ricas e carentes, que recorrem ao mercado dos garotos de programa de luxo para terem a atenção que nunca tiveram de seus maridos.

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Roteiro sofrível

A falta de suspense para uma trama que se apresenta como thriller também é de lascar. Tudo o que se apresenta é muito óbvio, os elementos colocados na história para dar um ar de complexidade são risíveis. Embora o drama central seja o mercado da prostituição, vemos também o arco de uma indústria farmacêutica que vende deliberadamente remédios que causam dependência, uma cafetina viciada em jogos, um clube de lutas, a relação desastrosa entre mãe e filha, e uns prostitutos que exalam qualquer coisa, menos sensualidade.

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Click bait

Diário de Um Gigolô é daquelas séries que ninguém entende o motivo de se tornar febre em uma plataforma de streaming, mas que vende como água ao atrair o público com o click bait da pornografia.

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