No Limite 6 pode não ter rendido bons índices de audiência em sua estreia na noite de terça-feira (3), mas o reality já mostrou que tem elementos suficientes para superar o desastre do ano passado. Além da escalação de Fernando Fernandes para ser o apresentador, Boninho caprichou no elenco e escalou o melhor vilão que um reality show pode ter: um gay manipulador, trambiqueiro e mentiroso.
Matheus Pires já é o maior nome entre os 24 participantes da nova temporada. Integrante da Tribo Sol, o pedagogo de 30 anos criou um personagem para interpretar no jogo de sobrevivência e compartilhou sua estratégia com o público de casa, algo que Larissa Tomásia esqueceu de fazer no BBB22.
A sinceridade do rapaz fez com que o público simplesmente amasse sua estratégia. Durante o convívio com seus colegas de Tribo, ele disse que todas as pessoas só o chamam pelo sobrenome (Pires) e que estava desempregado e em busca de um emprego. Mas a realidade é completamente oposta.
"Ninguém me chama de Pires, todo mundo me chama de Matheus. O que eu estou fazendo aqui é montar um personagem. Eu não estou sendo eu, o Matheus que está lá fora. Sou um pedagogo diretor, que acabou de ser promovido, inclusive. Mas meu discurso será o Pires, desempregado. E o que mais eu puder criar, eu vou fazer. Sem pudor nenhum", disse o carioca olhando diretamente para a câmera durante um depoimento gravado longe de seus parceiros de jogo.
Outra mentira traçada por Matheus, quer dizer, Pires, foi o traço da personalidade de seu personagem. Pires adora o clima de positividade e tenta ver o lado positivo de todas as situações, inclusive quando elas não são tão boas assim. Mas o Matheus da vida real não age dessa maneira. "Existe um clima de ficar tudo positivo. E o meu personagem adorou, achou tudo incrível. Amou todo mundo. Mas eu, por dentro, estou muito chateado da gente não estar no melhor acampamento", confessou às câmeras.
Pires também passou boa parte do episódio em conversas paralelas e individuais com os integrantes de sua Tribo, com o objetivo fortalecer uma base e eliminar primeiramente os homens heterossexuais de seu grupo. E já usou de seu poder de fofoqueiro para colocar um alvo na cabeça de Clécio Barbosa, engenheiro civil de 44 anos, por considerá-lo conservador.
"Depois, se tem tem uma fusão [com o outro grupo] ele se junta com os machos de lá. Aqui ele não se cria porque está cheio de 'viado' e preta", disse a Andréa Bertoldo em um momento de fofoca. A alagoana, que é preta, concordou e lembrou que na temporada anterior o elenco sofreu com a fusão da "macharada".
Outra estratégia que o vilão preferido do público fez foi seduzir um dos integrantes de seu time. Em uma roda de conversas, ele questionou quem era comprometido e fez questão de levantar a mão, frisando que vivia um relacionamento aberto. Lucas Santana, doutorando em física, se derreteu todo por ele.
"Tô ali meio ligado no Pires, mas eu não sei se ele tá muito ligado em mim. Vamos ver o que acontece nos próximos dias", disse Lucas em depoimento para câmera.
Em seu processo de manipulação e formação de panela, ele conseguiu outras aliadas no time além de Andréa e Lucas: a massoterapeuta Flavia Assis, a farmacêutica Tiemi Hiratsuka e a fotógrafa Ninha Santiago. O dentista Leonardo Correa, um dos "heteros" do grupo, percebeu a movimentação sorrateira de Pires e o chamou de canto para frisar que é um aliado, temendo que o queridinho da mulherada o colocasse na mira da eliminação.
"Matheus Pires montou um exército feminino. As meninas gostam muito dele pelo jeito dele. Eu o Clécio vamos ter que se virar para manter no jogo", disse Leonardo, já percebendo que sua batata estava assando.
A verdade é que Matheus roubou a cena no episódio de estreia e já conquistou uma legião de fãs por sua estratégia maluca, porém honesta com o público, de tentar sobreviver em No Limite. É o tipo de participante que todo reality show deveria ter. Obrigado, Boninho!