A lista de motivos para justificar a permanência de Linn Da Quebrada no BBB22 é enorme, ainda mais em um paredão contra duas figuras tão controversas, como Arthur Aguiar e Larissa Tomásia. Mas em vez de falar dos defeitos dos demais participantes, vamos falar das qualidades da cantora, que encara a berlinda pela primeira vez na temporada.
Foram necessários 11 anos e muita evolução nos direitos LGBTQIA+ para ter uma travesti novamente no maior reality show da TV aberta. Ariadna Arantes fez história no BBB11, e agora Linn Da Quebrada tem a oportunidade de reparar um erro grotesco dos telespectadores, cometido por pura transfobia. Confira cinco motivos para mantê-la no programa:
Lina foi alvo de transfobia dentro da casa por diversas vezes. Mesmo tendo uma figura nitidamente feminina e ter o pronome "ela" tatuado na testa, a cantora foi citada como homem por diversos participantes, principalmente por parte de Eslovênia Marques, que nunca mostrou qualquer tipo de ressentimento em seus erros e ainda se defende o direito de errar e de se referir a Lina como "ele" ou chamá-la de "amigo".
Lina é a amiga que todos gostariam de ter. Ela protege seus aliados e não passa pano para os erros que eles cometem, mas nunca larga a mão de quem está ao seu lado. Sempre tem uma palavra forte para consolar e erguer a moral de suas amigas, enaltecendo suas qualidades e tentando afastar o clima depressivo. É atenciosa, carinhosa, acolhedora e parceira.
Lina rompeu com inúmeros estereótipos e preconceitos ao mostrar sua inteligência, eloquência e sabedoria. Sua maneira de se expressar é magnetizante, seu vocabulário não é raso e a linearidade de suas falas é invejável. Ela não gagueja na hora de se posicionar, expõe seus incômodos sem medo e consegue ser direta sem magoar ou ofender os adversários.
Uma das amizades mais improváveis do elenco foi a de Lina com Naiara Azevedo. A sertaneja é uma pessoa conservadora, bolsonarista e se mostrou um tanto quanto antiquada nos primeiros dias do jogo. Mas Lina conseguiu extrair o melhor lado de Naiara e a ajudou a se posicionar na casa em seus momentos de vulnerabilidade. O grupo das Comadres, que conta com Natália Deodato e Jessilane Alves, é um dos mais agradáveis do elenco.
Ao contrário de Jade Picon e sua trupe, Lina joga limpo. Ela não esconde quem são seus alvos e o motivo de estarem sob sua mira, mas mesmo assim consegue interagir com eles de maneira saudável e respeitosa. É um raro exemplo de participante desta temporada que consegue gerar conteúdo de qualidade sem pesar a mão. Não é mocinha, mas está longe de ser a vilã. Uma personagem da maior importância para esta temporada desagradável.