"Inferninho" poderia ser um filme do Almodóvar dos anos 80, mas faz sentido que seja uma produção independente brasileira dessa metade final da segunda década do século XXI. Ambientado todo dentro de um bar, o longa é uma tragicomédia cheia de melodrama e personagens que trafegam entre a alegoria e a metaforização.

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Cena de Inferninho, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (23)
Divulgação
Cena de Inferninho, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (23)

Dirigido por Guto Parente e Pedro Diógenes, "Inferninho"  nasceu do encontro de dois grupos artísticos de Fortaleza: Grupo Bagaceira de Teatro e Alumbramento Filmes. Essa contaminação, para usar um termo empregado por Parente, norteia um longa que tem como composição básica falar de amor e do poder transformador da fantasia.

Yuri Yamamoto vive Deusimar, essa mulher trans que explora seus funcionários em um bar e que em um belo dia se apaixona por um marinheiro (Démick Lopes) que chega para ficar. Essa relação, tumultuada e cheia de desejos inconfessos, altera a rotina de funcionários e frequentadores do bar.

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Este é um longa que convida o espectador a se perder nele, a embarcar naquele universo de dor e desilusão, mas também de crença e entrega. Ainda que se resolva como um elogio da resistência, "Inferninho" busca o diálogo com o público por meio das angústias dos personagens, todos em carne-viva e reverberantes de alguma forma.

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