"É algo que me emociona”, confessa André Ristum sobre afetos esgarçados, algo tão comum nas grandes metrópoles e matéria-prima de seu terceiro longa-metragem como cineasta. “A Voz do Silêncio”, em cartaz desde quinta-feira (22) nos cinemas brasileiros, acompanha sete personagens às voltas com a solidão e as pressões cotidianas de uma São Paulo tão concreta quanto abstrata.
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À coluna, o cineasta observa que para ele é muito fácil “escrever sobre coisas que lhe são íntimas” e que este foi o principal processo a nortear “A Voz do Silêncio” , cujo título surgiu da necessidade de conceber algo que tivesse a ver com a vida dessas pessoas.
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“Naturalmente o silêncio tinha a ver com a solidão dessas pessoas e a ver com a cidade, já que São Paulo é conhecida por ser muito barulhenta”, observa. O filme já tinha um título em inglês, para distribuição internacional (quietness, algo como calma, quietude) e isso incomodava o cineasta que se diz satisfeito com o título nacional aventado.
Este é um filme que trata de questões cotidianas e, portanto, não há grandes conflitos acontecendo. Justamente por isso, o cineasta precisava de atores intuitivos e bem dispostos. Marieta Severo puxa a fila de um elenco em fina sintonia. “Trabalhar com ela foi um sonho que eu espero realizar novamente”. Já o ator Arlindo Lopes, que vive Alex, o filho soropositivo renegado pela personagem de Marieta, diz que foi “fantástico” trabalhar com ela.
O ator conta que foi providencial assistir Marieta Severo em cena para a composição de seu personagem, que reage muito à mãe. “Essa preparação foi incrível. Primeiro criamos uma história de amor e parceria entre essa mãe e filho e depois eles rompem”, observa Arlindo. [continua]
Médicos Cubanos ganham visibilidade em documentário
O Cinesesc exibe na próxima segunda (26), às 20h30, o documentário “Médicos Cubanos”, dirigido por Sérgio Roizenblit e Paulo Markun. A obra conta a história do programa cubano que tem cerca de 50 mil profissionais médicos trabalhando em 65 países. Para os interessados, a exibição acontece em São Paulo, no espaço localizado na tradicional Rua Augusta e a entrada é franca.
A rainha brasileira que ninguém conhece
Com três discos lançados, duas músicas simultâneas no topo do ranking iTunes de World Music, mais de 500 apresentações em festivais por toda a Europa, além de Ásia, África, Austrália e Canadá, cantando sempre em português, Flavia Coelho é o novo destaque do catálogo da Sony Music. Ela é considerada pela mídia internacional como um forte expoente latino.
Elogiada por veículos Le Monde, Sunday Times e The Guardian , a cantora já tem datas reservadas para apresentações em solo tupiniquim. O anúncio das cidades que reberão a estrela será feito em breve.
Nicole Puzzi recebe homenagem
Para celebrar os mais de 40 anos de carreira de Nicole Puzzi, o Canal Brasil apresenta, a partir da próxima terça (27), à 00h15, uma seleção de filmes emblemáticos. A programação contará com longas como “Filhos e Amantes” (1982), “Belinda dos Orixás na Praia dos Desejos” (1979), “O Convite ao Prazer” (1980) e “Eu” (1987). A estreia será com o clássico “Ariella” (1980), no qual a homenageada contracena com nomes como John Herbert, Herson Capri, Christiane Torloni e Laura Cardoso.
A atriz, escritora e apresentadora do “Pornolândia”, programa que faz parte da faixa da meia-noite no Canal Brasil, começou a carreira no cinema em 1976 com Possuídas pelo Pecado, assinado por Jean Garrett. O cineasta foi o responsável por levá-la para a icônica Boca do Lixo, região de São Paulo conhecida por ter sido um verdadeiro polo cinematográfico, com inúmeros estúdios e empresas do ramo.
A Comic Con BR no centro do mundo
Lorenzo di Bonaventura, produtor de saga “Transformers”, vem ao Brasil para participar do Painel da Paramount Pictures na Comic Con Experience em São Paulo, no dia 6 de dezembro. Lorenzo vai bater um papo com o público sobre “Bumblebee”, spin-off de “Transformers” estrelado por Hailee Steinfeld e John Cena, e também trará novidades sobre “Cemitério Maldito”, uma nova versão do clássico de Stephen King, que estreia em 2019.
O painel também terá a presença de Guilherme Briggs, voz oficial do líder dos Autobots Optimus Prime, e da atriz Paolla Oliveira, que empresta a sua voz para a vilã Shatter.
Mais “A Voz do Silêncio”
Ristum destaca as muitas “participações afetivas” no longa, incluindo Criolo que cedeu a música Não existe Amor em SP que toca em um momento crucial do longa-metragem. “Ele abraçou o projeto também, foi super parceiro”.
O cineasta admite que sua obra tem influências de longas como “Short Cut – Cenas da Vida” (1993), de Robert Altman, e “Magnólia” (1999), de Paul Thomas Anderson. “Eu tinha esse desejo de fazer um longa-metragem que tivesse esse tipo de arquitetura narrativa. Eu vi que dava pra tentar essa estrutura coral e aí fui de maneira muito cartesiana, bebendo da fonte desses filmes”, observa.
Premiado com os kikitos de melhor direção e montagem, “A Voz do Silêncio” já está em cartaz nos cinemas do País. Leia a crítica do iG .