Mariana Goldfarb relata agressão de ex abusivo: "Ia morrer"

A influenciadora afirmou que viveu sinais claros de controle, manipulação e sofrimento emocional

Mariana Goldfarb relata agressão de ex abusivo: 'Ia morrer'
Foto: Instagram/MPRJ
Mariana Goldfarb relata agressão de ex abusivo: 'Ia morrer'

O Ministério Público do Rio de Janeiro divulgou nova campanha sobre violência psicológica contra mulheres e destacou o relato de Mariana Goldfarb, que descreveu a experiência em relacionamento abusivo e explicou por que decidiu quebrar o silêncio. A influenciadora afirmou que viveu sinais claros de controle, manipulação e sofrimento emocional, situação que, segundo ela, chegou ao “ último respiro ”. O objetivo da ação é ampliar o alcance do tema e incentivar denúncias no primeiro indício de agressão.

*O texto aborda temas sensíveis, como violência doméstica e violência contra a mulher, podendo desencadear reações diversas em algumas pessoas

A fala de  Mariana Goldfarb foi exibida pelo MPRJ em vídeo publicado nas redes. A influenciadora aceitou participar da campanha para reforçar a identificação de sinais de violência psicológica. O órgão explicou que a fase inicial do ciclo envolve tensão constante, sensação de culpa e mudanças de comportamento para evitar conflitos . O conteúdo alerta que muitas vítimas acreditam ser responsáveis pelo problema, o que dificulta a compreensão da gravidade.

A campanha apresenta exemplos comuns de agressão emocional. O MPRJ afirmou: “ Você ‘fala alto demais’, sua postura é ‘errada’, sua roupa é ‘inadequada’ ”. O texto explica que mulheres tentam se moldar para salvar vínculos afetivos, mas acabam se anulando. O órgão afirma que amigos e familiares identificam a violência antes da própria vítima, devido à dependência emocional envolvida.

O vídeo mostra Mariana dizendo: “ Não é amor. E eu acho que nunca foi amor. E a gente acha que não vai acontecer com a gente, mas acontece. Eu consegui sair num momento que eu tinha só mais 5% de oxigênio. Ou eu usava aquele 5% naquele momento, ou ali eu ia morrer ”. A influenciadora relatou que a violência psicológica não deixa marcas visíveis, mas afeta o corpo. Ela afirmou: “ Aparecendo no meu corpo em formas de queda de cabelo, olho tremendo, falta de apetite, doença como anorexia ”.

A campanha explica que a  violência emocional cria um ambiente estável apenas em aparência. Mariana reforçou: “ Tudo é para te desestabilizar e é tudo sobre controle ”. Ela explicou que vivia em tensão permanente. “ Era sempre um pisar em ovos e era sempre uma coisa muito extenuante ”, afirmou. O MPRJ destaca que esse padrão envolve ciclos de medo, silêncio e desgaste emocional contínuo.

O órgão também afirma que, em muitos casos, agressões incluem isolamento social. Mariana disse que pessoas próximas alertavam sobre a situação: “ Eu comecei a ouvir muito das minhas amigas e do meu círculo familiar de que aquilo estava errado ”. Ela contou que perdeu vínculos e autonomia afetiva: “ A tua família também não presta ”. Segundo o MPRJ, essa tática enfraquece a rede de apoio e facilita o domínio do agressor.

A influenciadora disse que sair da relação exige apoio. “ A partir do momento que você tem um entorno, fica mais difícil de te manipular ”, disse. Ela relatou que ouviu repetidamente críticas sobre quem a cercava, o que aumentava a vulnerabilidade. O MPRJ explica que esse quadro cria dependência emocional profunda, dificultando o rompimento.

Mariana diz que a violência psicológica afeta a identidade da vítima: “ A partir do momento que essa tua identidade foi aniquilada, é como se a gente fosse um zumbi ”. Ela relatou que acreditar na própria incapacidade é consequência do abuso contínuo. 

Mariana contou que resistiu antes de romper definitivamente. “ Eu demorei anos, não é fácil ”, afirmou. Ela explicou que a saída exige coragem, mesmo quando o desgaste emocional atinge níveis extremos. A influenciadora finalizou com mensagem direta às vítimas: “ Não ignora os sinais. Não acha que esse é o único tipo de relação possível, porque não é ”.