Jovens relembram histórias familiares da ditadura após 'Ainda Estou Aqui'

Relatos publicados nas redes sociais emocionaram internautas

Jovens compartilham histórias familiares
Foto: Arquivo pessoal/Divulgação
Jovens compartilham histórias familiares

Maria Petrucci , Luana Lungaretti e Elisa Nunes têm idades semelhantes e um passado familiar que as conecta: todas são netas ou filhas de pessoas que sofreram diretamente os impactos do regime militar no Brasil, entre as décadas de 1960 e 1980. Agora, suas histórias ganharam visibilidade no TikTok, impulsionadas pela repercussão do filme Ainda Estou Aqui , dirigido por Walter Salles .

A obra, que retrata as consequências da repressão durante a ditadura, gerou uma tendência ou "trend" onde jovens relatam experiências de familiares perseguidos. O movimento alcançou milhões de visualizações e abriu espaço para discussões sobre o período histórico.

Maria Petrucci , 22 anos, emocionou ao publicar a foto do pai, Sérgio , um ex-preso político que hoje enfrenta Alzheimer. Sérgio, na juventude, atuava no movimento estudantil e ajudava perseguidos pelo regime, usando o codinome Frederico para proteger sua identidade. Após ser preso em uma emboscada, enfrentou dias de tensão e quase foi torturado.


Luana Lungaretti , também de 22 anos, compartilhou a história de seu pai, Celso Lungaretti , jornalista e ex-militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Preso e torturado no DOI-CODI, Celso sofreu lesões físicas e traumas psicológicos severos. Apesar disso, nunca se calou sobre o que viveu. 



As jovens destacam que o filme e suas publicações geraram diálogos sobre o período sombrio da história brasileira, especialmente entre os mais jovens. “É essencial que as pessoas entendam o impacto da ditadura para que não repitam erros do passado”, conclui Maria. O filme foi indicado ao Globo de Ouro 2025 .


** Formei em jornalismo pela UNIMEPem 2019 e atuo na imprensa desde 2021, com pautas principalmente voltadas ao universo feminino. Tenho experiência em jornais diários e revistas, nos formatos impresso, digital e em redes sociais e no IG, escrevo para gente, delas, queer, turismo e pet.