Justiça manda apreender passaporte de Netinho de Paula por dívida; saiba detalhes

Mulher acusa cantor de a ter constrangido no extinto programa 'Domingo da Gente'

Apresentador da Record teria convencido mulher a fazer transplante para a irmã em 2001
Foto: Reprodução/Instagram
Apresentador da Record teria convencido mulher a fazer transplante para a irmã em 2001

A Justiça de São Paulo determinou a apreensão do passaporte do cantor Netinho de Paula devido a uma dívida de aproximadamente R$ 100 mil com uma mulher que foi supostamente constrangida durante uma participação no programa "Domingo da Gente", exibido pela Record em 2001.

Na ocasião, a mulher buscava ajuda financeira para um transplante de rim que sua irmã necessitava, mas acabou sendo pressionada pelo apresentador a doar o órgão para a irmã. As informações são de Rogerio Gentile, colunista do UOL.

De acordo com o processo, Netinho teria feito a mulher se sentir pressionada e humilhada ao sugerir que ela fosse a doadora do rim. Durante a gravação, a mulher explicou que não poderia se ausentar do trabalho para realizar a cirurgia, pois temia perder o emprego e não teria outra maneira de sustentar suas filhas. 


A mulher, que se sentiu humilhada no programa, relatou à Justiça que, após a exibição do episódio, passou a ser alvo de ofensas e agressões nas ruas. Apesar de todos os desafios, ela acabou fazendo a cirurgia, mas perdeu o emprego em decorrência da ausência.

Em 2013, o processo foi julgado e Netinho foi condenado a pagar uma indenização à mulher, mas até o momento não cumpriu a sentença. A dívida, que inicialmente era de cerca de R$ 83 mil, já ultrapassou R$ 100 mil, considerando multas, juros e correção monetária. Em 2022, foi realizada uma penhora de valores, mas o pagamento não foi efetuado.

Em decisão recente, datada de 29 de novembro, o juiz Marcos Gadelho Junior ordenou a apreensão do passaporte do cantor. A medida foi tomada devido ao não cumprimento da condenação, que transitou em julgado, ou seja, não há mais possibilidade de recursos sobre o mérito do processo. O juiz afirmou ainda que, caso Netinho precise viajar para o exterior por motivo urgente, ele deverá solicitar permissão à Justiça de forma excepcional.

A defesa Netinho afirmou que a doação do rim foi um ato voluntário da mulher e que não causou danos a ninguém. O cantor alegou que se emocionou profundamente com a situação e questionou o conceito de "humilhação". Além disso, afirmou que, ao saber da demissão da mulher, tentou ajudá-la, conseguindo uma proposta de emprego para ela.