A Polícia Civil de São Paulo instaurou um inquérito para investigar a modelo e influenciadora Andressa Urach por suspeita de apologia à zoofilia e maus-tratos a animais. A situação veio a público após um texto da coluna de Rogério Gentile, do UOL.
O procedimento foi iniciado no final de setembro, após um ofício enviado ao Ministério Público pelos deputados federais Bruno Lima (PP-SP), Matheus Laiola (União-PR), Fred Costa (PRD-MG) e Marcelo Queiroz (PP-RJ), que tomaram conhecimento de declarações da modelo feitas em uma entrevista no canal "Téte a Theo", no YouTube.
Durante a conversa, Urach afirmou que havia se envolvido sexualmente com um cachorro, quando ela tinha apenas 11 anos de idade, após ser incentivada por uma outra pessoa. Segundo os deputados autores do ofício, essa atitude poderia ser interpretada como apologia à prática criminosa, incitando outros a cometerem atos semelhantes.
Andressa Urach havia tratado desse episódio na biografia, "Morri para Viver", lançada em 2015. A Polícia Civil iniciou a apuração para avaliar se as declarações de Urach configuram crimes previstos no Código Penal, como apologia de fato criminoso, e se há indícios de maus-tratos aos animais, conforme descrito na Lei de Crimes Ambientais.
O artigo 287 do Código Penal prevê pena de três a seis meses de detenção ou multa para quem fizer apologia de crime, enquanto o artigo 32 da Lei 9.605/1998, sobre maus-tratos a animais, estabelece punição de três meses a um ano de detenção e multa.
O IG entrou em contato com a assessoria de imprensa de Andressa Urach para obter a versão dela sobre a situação. A influenciadora digital disse o seguinte: "Uns políticos ridículos estão querendo mídia às minhas custas por causa do meu livro, no qual contei um fato que aconteceu comigo quando era criança. Já se passou tanto tempo, e agora eles resolveram aparecer, como se contar um fato em uma entrevista fosse apologia! Ainda mais eu, que fui uma vítima, uma criança!", afirmou.
"Eles, sim, merecem um processo por tentarem me oprimir e me silenciar ao relatar um absurdo que sofri. Estão tentando fazer nome às minhas custas, enquanto há tantas coisas mais importantes para se preocuparem. Agora, sou obrigada a gastar com advogado para me defender de algo que nem tinha noção de ser crime, afinal, eu era uma criança de 11 anos. Esse relato, inclusive, serve como um alerta para os pais, que muitas vezes não sabem o que acontece com seus filhos, sendo eles crianças, na casa de um vizinho", concluiu Urach.