Em uma entrevista exclusiva para o Splash , o ex-Menudo Roy Rosselló revelou detalhes de sua relação com o polêmico caso dos Irmãos Menendez , que marcou a década de 1980 .

"José Menendez sempre me olhava com malícia e desejo, e parecia que ele já sabia o que queria fazer comigo. Eu não sabia exatamente o que estava por vir, mas sentia que mais uma vez seria usado como um objeto, o que me deixou profundamente desconfortável e vulnerável".

Roy abriu o coração sobre os abusos sexuais que enfrentou aos 13 anos, durante sua passagem pela boy band Menudo. Ele revelou que entre os responsáveis por seu sofrimento estavam Edgardo Diaz , o empresário do grupo, e José Menendez , que na época era vice-presidente da gravadora RCA, encarregada de gerenciar o contrato do famoso grupo latino no final da década de 1980.

José Menendez e sua esposa, Kitty , foram mortos pelos filhos, Lyle e Erik . A morte do empresário é documentada em "Monstros - Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais" , lançado na Netflix.

Os irmãos foram sentenciados a prisão perpétua em 1996, apesar de alegarem legítima defesa. Eles afirmam ter sido vítimas de violência física, emocional e sexual perpetrada pelo pai, com a cumplicidade da mãe.

Abuso

Após acusações de abuso sexual contra José Menendez, Roy voltou a ser citado. Atualmente missionário, o músico apresentou um processo criminal em Los Angeles denunciando seus abusadores. Essa petição pode servir como um novo argumento para um julgamento do caso Menendez.

"O momento em que eu decidi tornar público os abusos que sofri com Edgardo Díaz foi em 2011. Naquele ano, eu já estava extremamente sufocado, carregando esse peso por tanto tempo. Eu sabia que não podia mais manter aquele fardo em silêncio". 

Ainda segundo ele, a violência sexual ocorreu na mesma semana em que o grupo porto-riquenho assinou o seu primeiro contrato com a gravadora RCA, quando tinha 14 anos. 

"No dia do estupro, Edgardo não se opôs quando José Menendez insistiu para que eu tomasse a taça de vinho, eu só tinha 14 anos. Menendez foi insistente, me pressionando até que eu bebesse tudo"

"Na minha opinião, eu fui 'escolhido' como vítima dos abusos porque, naquela época, eu era apenas uma criança ingênua, sem a maturidade necessária para perceber o que estava realmente acontecendo. Embora todos os meus colegas de banda tenham plena ciência dos abusos que ocorreram, as reações têm sido variadas. Alguns se pronunciaram publicamente e me apoiaram nesse processo. Outros, no entanto, preferiram não se posicionar. Escolheram guardar para si tudo o que aconteceu. Continuo firme na minha decisão de trazer a verdade à tona", relatou.

Recentemente, o ex-Menudo decidiu quebrar o silêncio e compartilhar sua história. Ele acredita que seu trabalho espiritual o auxiliou a entender como pode ajudar outras vítimas de pedofilia e crimes sexuais.

"Hoje, não guardo mágoas. No entanto, acredito que a justiça precisa ser feita. A última vez que vi Edgardo foi muitos anos atrás, e desde então não houve nenhum outro encontro. Perdoar não significa esquecer o que aconteceu, mas é permitir que o coração se liberte da dor e confiar que a justiça divina prevalecerá".


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