Antônio Fagundes comenta remakes de novelas e relembra 'décadas de ouro' na Globo

Galã de vários folhetins, ator foi demitido da emissora; saiba mais

Antônio Fagundes
Foto: Reprodução/TV Globo
Antônio Fagundes

Antônio Fagundes,  de 75 anos, entrou para o time de atores que não é mais contratado exclusivo da  Rede Globo. O artista, conhecido pelos galãs que interpretou em novelas do canal, avaliou o atual momento do audiovisual televisivo que tem apostado em remakes ao invés de criar novos folhetins.


As declarações foram dadas durante participação no "Roda Viva", da TV Cultura. "Não sei te dizer o que aconteceu, mas parece que as pessoas pararam de investir na criação. O que aconteceu com a televisão brasileira é uma coisa interessante de a gente observar", defendeu.


"Foram décadas de ouro na teledramaturgia brasileira, mas aquilo não surgiu do nada, aquilo foi sendo formado. A própria TV Globo investiu muito, durante décadas, na formação dos seus artistas --e não só na criação de textos, na direção, na produção, nos cenários, nos figurinos, na interpretação", elencou.


"Eu passei 44 anos na TV Globo, e eu posso dizer que a minha formação se deve a esse processo de investimento de uma grande empresa em cima dos criadores. Nós não podemos fazer do nada com que isso apareça, não é do nada. O que está acontecendo agora, nós só vamos colher os frutos daqui a 30 anos. Por isso que está tendo essa coisa louca", acrescentou.


Força da TV aberta

Longe das novelas desde 2019, quando protagonizou o f olhetim das sete "Bom Sucesso", Antônio Fagundes enfatizou o alcance que a TV aberta tem na vida dos brasileiros. Mesmo afastado do formato, o artista destaca o alcance que as narrativas têm no cotidiano dos espectadores.


"A TV aberta é muito forte. Tudo bem que têm outros veículos por aí, mas, por favor, não se desfaça dela. É a mesma coisa que, porque tem internet, a gente queimasse todos os livros. Não, pode conviver, deve conviver", avaliou.


Ele ainda detalhou que foi a TV para "fortalecer o trabalho no teatro". "Eu queria que meu trabalho no teatro fosse visto por um maior número de pessoas, dentro das limitações que um teatro tem, mas eu queria saber que, se eu entrasse com um espetáculo bom em cartaz todos os dias, eu ia ter um público interessado em me ver", pontuou.